Sesc Ramos inaugura galeria de artes com exposição Etnograffiti

O conceito de Etnograffiti foi criado pelo artista plástico Tiago Tosh (nome artístico de Tiago Pereira da Silva Gomes), no qual trabalha, por meio da técnica do graffiti, o universo indígena e os povos da floresta, trazendo à tona questões socioculturais, espirituais, ecológicas e identitárias. O artista será o responsável pela primeira exposição na nova galeria de artes do Sesc Ramos, que inaugura no próximo dia 10 de abril, às 17 horas.

Os Etnograffitis criados pelo artista supracitado já fazem parte do cenário das cidades de Rio Branco (Acre), Rio de Janeiro e outras do Brasil, valorizando o bem público através do colorido nos muros, paredes e estruturas de aço e principalmente difundindo a cultura e os saberes dos povos nativos da Amazônia. Desta forma, a proposta do etnograffiti visa o intercâmbio e difusão cultural a partir da apresentação do trabalho e intervenção artística no meio urbano.

A exposição será composta por 16 telas feitas exclusivamente com a intenção de ocupar a galeria do Sesc Ramos, que terão em torno de 1,5mx1,5m e vai contar com uma intervenção/ escultura que será realizada pelo artista. As obras vão versar em torno da espiritualidade indígena (Rapé, Ayahuasca, Kambô), além dos elementos essenciais para a sobrevivência nas florestas, como o transporte nas canoas; as armas artesanais para caça e pesca, como o arco e flecha; as cores vivas, singulares e vibrantes dos povos indígenas; bem como as pinturas corporais (kene) com tintas naturais como o Urucum, planta utilizada por todos os povos indígenas do Brasil. Etnograffiti é um conceito de arte que traz um resgate cultural e instiga o público a se aprofundar acerca destes mistérios ancestrais pouco conhecidos pelo mundo.

Palestras. A exposição vai contar com 3 debates, um por mês, ao longo do perídoo de visitação, que se estende até o dia 30 de junho. Na abertura, às 19h, o artista Tiago Tosh irá versar sobre o conceito do etnograffiti e sua ligação com os temas ligados ao universo indígena e aos povos da floresta. No dia 22 de maio, às 19h, o artista falará de arte e a representatividade dos valores indígenas. Por fim, no dia 26 de junho, será a vez de debaterem sobre “Território, arte e vivências aproximadas”.

Tiago Tosh é morador do bairro da Penha e desde pequeno demonstrava afinidade com as imagens. Desde os 17 anos as vertentes culturais e artísticas se fazem presente em sua vida: cultura funk, skate, trabalhos de serigrafia e arte com sementes tropicais. Neste período nasce o artista Tosh como um anúncio às ruas junto a uma juventude que tem potencial e quer se expressar. Prestes a completar 20 anos entra num curso de graffiti promovido pelo Grupo Afroreggae onde tem uma formação que irá permear seu desenvolvimento artístico na fase adulta.

Segue com uma formação mais densa no projeto Rio Graffiti onde foram formados as principais expressões de artistas plásticos da periferia na atualidade do Rio de Janeiro. Já com 21 anos realiza sua primeira exposição em São Paulo num programa de promoção cultural do governo federal. Durante 3 anos adquiriu experiência exercitando sua arte nas ruas do Rio de Janeiro e levando sua arte no processo formador em algumas escolas públicas como instrutor: O acesso à arte como elemento formador do ser humano.

Em 2004 entra para o Grupo Sociocultural Raízes em Movimento, no morro do Alemão, e fica até 2009 onde aplica seus conhecimentos produzindo, expondo e desenvolvendo oficinas nas favelas do Rio de Janeiro. Aprofunda sua formação na escola de artes do Parque Lage, da Secretaria de Cultura do Estado participando de 3 cursos com profissionais como: Bia Amaral e Luiz Ernesto. Em 2008 se muda para o Acre, Estado situado na Floresta Amazônica e se aproxima da cultura indígena e desenvolve o conceito de arte ETNOGRAFFITI expressando essa cultura, criando um elo entre uma técnica urbana e a Cultura da Florestas. Onde também realizou diversas intervenções e painéis de graffiti.

Nos anos de 2010 e 2011 ganha dois prêmios do Salão de Arte Hélio Melo. Ainda em 2010 desenvolve um projeto pela Funarte, em 2011 outro projeto expandindo o conceito do Etnograffiti pela Fundação Garibaldi Brasil e em 2012 ressocialização de jovens pela Prefeitura de Rio Branco – AC. Desde 2011 participa de intercâmbios na América Latina em diversas produções e exposições: Encontro Latino Americano de Artista (Argentina 2011); Street of Style – Encontro Internacional de Graffiti (Curitiba – PR – 2012/13); Arte Sustentável (João Pessoa – PB – 2013); Hall of Fame – Encontro Nacional de Graffiti (Brasília – DF – 2013); VI Bienal da Juventude (Salvador – BA -2013); Encontro Pão e Tinta (Recife – PE – 2013); GaleRio (Rio de Janeiro – 2014). Foi indicado ao prêmio pipa internacional 2018.

 

Serviço
Exposição Etnograffiti
Abertura: dia 10/04 às 17 horas
Período: 10/4 a 30/6, terça a domingo de 9h às 18h.
Datas de palestras: 10 de abril (19h), 22 de maio e 26 de junho

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