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Cinco documentários brasileiros disponíveis nas plataformas de streaming

De certa forma, a linguagem documental começou a surgir com o próprio nascimento da arte cinematográfica, na medida em que a maioria dos primeiros filmes feitos no final do século XIX ainda se limitavam a registros prosaicos do cotidiano. Logo em seguida, na década de 1920, foram lançados filmes como Nanook, o Esquimó, de Robert Flaherty (1922) e Um Homem com uma Câmera, de Dziga Vertov (1929), cruciais para o desenvolvimento dos códigos narrativos que ajudaram a construir a imagem do que entendemos hoje como cinema documentário. Com uma tradição forte na produção de documentários, o Brasil pode se orgulhar por seus inúmeros cineastas que se debruçaram sobre o fazer documental – de Humberto Mauro e Helena Solberg a Silvio Tendler e Eduardo Coutinho, dentre muitos outros expoentes. Abaixo listamos cinco exemplos de documentários brasileiros contemporâneos lançados nos últimos 20 anos.

Edifício Master (2002)
Eduardo Coutinho é um nome incontornável no cinema brasileiro. Em 2002, já havia percorrido caminhos diversos na produção audiovisual, lançado a obra-prima Cabra Marcado para Morrer (1964-1984) e dirigido Santo Forte (1999), filme que salvou a sua carreira e lhe devolveu, após um período complicado de sua vida profissional, a vontade de persistir no cinema como documentarista. Edifício Master é ao mesmo tempo nome do filme e do prédio situado no bairro de Copacabana em que Coutinho e sua equipe praticamente moraram por vários dias, com o objetivo de se aproximar dos moradores e entrevista-los. Sem truques de câmera ou recursos mirabolantes de edição, como de praxe em seus filmes, Coutinho se aproxima das personagens e de suas histórias com uma humanidade sem igual para construir essa obra gigante do nosso cinema. Disponível para compra ou aluguel no Looke.

Elena (2012)
Petra Costa, diretora e personagem, segue os passos de sua irmã mais velha e viaja para Nova York com o sonho de se tornar atriz. Este é o primeiro longa-metragem da cineasta, que posteriormente viria a lançar Olmo e a Gaivota (2015), uma coprodução internacional dirigida em parceria com Lea Glob, e Democracia em Vertigem (2019), seu trabalho mais reconhecido, indicado este ano ao Oscar de Melhor Documentário – ambos também disponíveis em streaming. Elena evoca um turbilhão de sentimentos a partir do que nos é apresentado visualmente e, sobretudo, sonoramente por meio da narração em voz over da própria diretora, que progressivamente alimenta o espectador com informações importantes sobre a vida de sua família. Petra Costa consegue tratar de assuntos espinhosos e muito duros sem se deixar levar pelo sensacionalismo ou pelo melodrama apelativo. Disponível no Netflix.

Rogério Duarte – O Tropikaoslista (2015)
A contribuição de Rogério Duarte para a cultura brasileira é descomunal: por meio do design, o artista criou capas de disco e cartazes de filmes geniais – para ficarmos em apenas dois exemplos, basta dizer que ele é o responsável pela psicodélica capa de Caetano Veloso (1968), primeiro disco solo do artista, e o cartaz de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), longa-metragem dirigido por Glauber Rocha. Como se não bastasse seu talento como artista, seu pensamento filosófico influenciou o próprio movimento tropicalista e até 2016, ano de sua morte, continuou trabalhando ininterruptamente nas suas canções, nos seus escritos e na produção artesanal de violões. O diretor José Walter Lima percorre o legado de Rogério Duarte a partir de entrevistas com o próprio e de imagens de arquivo bem escolhidas. Apesar do título pode ser que a forma do filme recuse uma abordagem caótica, dando lugar a convenções mais tradicionais, o que talvez enquadre seu personagem principal numa moldura pouco confortável, ainda que consiga alertar o público para a sua enorme relevância. Disponível no Prime Video.

O Caso do Homem Errado (2017)
Camila de Moraes constrói seu documentário a partir da história do jovem operário negro Júlio César de Melo Pinto, que nos anos 1980 é executado pela Brigada Militar em Porto Alegre. Com depoimentos de Ronaldo Bernardi, fotógrafo responsável pelas fotos que tornaram o caso conhecido na época, e de Juçara Pinto, viúva de Júlio, a diretora narra um crime notório na história do nosso país. O filme também conta com entrevistas de nomes respeitados da luta pelos direitos humanos e do movimento negro no Brasil, e tenta dar conta de discutir outras mortes de pessoas negras provocadas pela polícia. Disponível gratuitamente no Spcine Play por intermédio da plataforma Looke.

Bacurau no Mapa (2019)
O fenômeno Bacurau (2019), dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles, vencedor do Prêmio do Júri no último Festival de Cannes, ganhou um documentário de aproximadamente uma hora de duração, composto por bastidores do set de filmagem e da pós-produção do longa-metragem. Bacurau no Mapa é um making of divertido e singelo que revela momentos genuinamente interessantes como os diálogos entre Sônia Braga, Udo Kier e os diretores, as aventuras de Dorneles em busca dos melhores efeitos sonoros para as cenas de violência e todo o trabalho de caracterização e de efeitos especiais para o plano mais surpreendente – aquele famoso “de explodir a cabeça” – do filme. Disponível no Telecine Play.

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