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Que tal um passeio pela história do cinema? – Parte 2

Por Leandro Luz

Na semana passada, iniciamos o nosso passeio pela história do cinema e transitamos do final do século XIX aos anos 1950. Agora, vamos à segunda leva de indicações! Apresentamos abaixo outros seis filmes, cada um com a sua devida importância na história do cinema, passeando pelos anos 1960 com As Duas Faces da Felicidade, da franco-belga Agnès Varda, e chegando ao Brasil contemporâneo de André Novais Oliveira, com o seu Temporada, vencedor do 51º Festival de Brasília.

Cabe sempre lembrar que os filmes indicados aqui jamais poderão dar conta da pluralidade das manifestações artísticas audiovisuais. Os títulos escolhidos são apenas pedacinhos, garimpados com carinho pelas plataformas disponíveis, que compõem o universo imenso (canônico ou não) que é o Cinema. Reiteramos a importância de cada um realizar o seu próprio garimpo, a sua própria busca, possibilitando a descoberta constante de novas obras e, sempre que possível, dando oportunidade a gêneros, estéticas e sensibilidades diversos.

As Duas Faces da Felicidade (Le Bonheur, 1965)
O filme conta a história de um homem que vive uma vida sem complicações com sua esposa e filhos, mas conhece outra mulher que mexe com a sua cabeça e o seu cotidiano. Agnès Varda, diretora do longa, escreveu e dirigiu mais de quarenta filmes entre 1955 e 2019, quando faleceu logo após o lançamento de sua última obra, o documentário seriado Varda por Agnès. A Nouvelle Vague Francesa, movimento cinematográfico que influenciou toda uma geração ao redor do mundo, se deve, em grande parte, à figura de Varda, que ao lado de Godard, Truffaut, Rohmer e outras importantes figuras do cinema francês das décadas de 1950 e 1960 inventaram um jeito novo de se posicionar criticamente diante do mundo e de se expressar por meio do cinema. O filme situa-se nessa efervescência cultural da contracultura dos anos 1960, sendo uma das obras mais reconhecidas e consagradas da diretora. Disponível no Telecine Play.

Morte em Veneza (Morte a Venezia, 1971)
Baseado na obra homônima de Thomas Mann, o filme de Luchino Visconti retrata um momento na vida de Gustav von Aschenbach, que viaja para Veneza para cuidar de sua saúde e se deparada com a beleza estonteante do adolescente Tadzio. Visconti também foi diretor de obras para teatro e ópera, mas foi no cinema em que se consagrou como um dos maiores artistas italianos de sua época, realizando filmes como O Leopardo (1963) e Rocco e seus Irmãos (1960 – também disponível em streaming). Morte em Veneza se destaca, entre muitos outros fatores, pelos grandes planos gerais isolando a figura do protagonista e expressando todo o seu conflito moral, e pela trilha sonora inesquecível composta pelas peças musicais de Gustav Mahler. Disponível no Petra Belas Artes – À La Carte.

O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)
Dividido em três partes (1972, 1974 e 1990, respectivamente – todos disponíveis em streaming), a obra definitiva de Francis Ford Coppola sobre a mafiosa família Corleone é um marco do cinema mundial. Realizado num momento ímpar do cinema estadunidense, quando os diretores começaram a tomar as rédeas dos grandes estúdios, que passaram a financiar filmes mais arriscados, com temáticas que dialogavam profundamente com o seu tempo, o primeiro filme da trilogia foi um estouro em sua estreia nos cinemas e continua sendo visto por gerações a fio. Baseado no bestseller de Mario Puzo, a obra ficou marcada pelas grandes atuações de Marlon Brando, Al Pacino, Diane Keaton e muitos outros, além da composição musical icônica de Nino Rota. Um clássico que deve sempre ser apresentado a novos públicos e revisitado a qualquer tempo. Disponível no Amazon Prime Video.

Faça a Coisa Certa (Do the Right Thing, 1989)
O diretor Spike Lee entrou para a história do cinema com o seu quarto longa-metragem, sobre o dia mais quente do verão nas ruas do Brooklyn, nos Estados Unidos. Lee propõe um cinema contestador, e é capaz de transitar por vários gêneros (às vezes num mesmo filme), produzindo obras diversas como o histórico-biográfico Malcom X, de 1992, e o thriller policial O Plano Perfeito, de 2006. Mais recentemente, em 2018, ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado com Infiltrado na Klan, um drama biográfico que transita livremente entre o cômico e o trágico, expondo as raízes de um preconceito que reverbera ainda hoje. Faça a Coisa Certa foi um marco dos anos 1980 e influenciou várias outras obras posteriores, além de ser um símbolo (tanto o filme como o seu diretor) da luta antirracista. Disponível no Telecine Play.

A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi, 2001)
Vencedor do Oscar de melhor animação, este longa-metragem dirigido pelo cineasta japonês Hayao Miyazaki acompanha as aventuras de uma garota de 10 anos de idade que se perde dos pais e se descobre presa num mundo fantástico repleto de espíritos, deuses e bruxas. Essas emoções ambíguas entre o horror e o encantamento, a aventura e a introspecção conduzem tanto a protagonista quanto nós, espectadores. A Viagem de Chihiro talvez seja o filme mais conhecido pelo ocidente dos Estúdios Ghibli, empresa sediada em Tóquio e que vem produzindo grandes obras há 40 anos – aliás, é importante ressaltar que 21 delas estão disponíveis na plataforma. Uma obra-prima recomendada para toda a família. Disponível no Netflix.

Temporada (2018)
O segundo longa-metragem de André Novais Oliveira gira em torno de Juliana, interpretada com maestria pela Grace Passô (atriz, dramaturga e diretora veterana do teatro mineiro), que acaba de chegar na periferia de Contagem, região metropolitana de Minas Gerais, para tentar se estabelecer em seu novo emprego. Ao conhecer pessoas e tentar levar uma nova rotina, a despeito das dificuldades que enfrenta no relacionamento com o seu marido, que promete também se mudar em breve para a cidade grande, ela vive situações que pouco a pouco vão mudando a sua perspectiva de vida. Temporada foi o grande premiado do 51º Festival de Brasília e traduz como poucos uma determinada faceta do trabalhador brasileiro. Muito por esse fator, mas também pela sua exímia capacidade em manipular a linguagem cinematográfica para trazer à tona sentimentos complexos de seus personagens, é um dos filmes brasileiros mais importantes da produção atual. André, diretor e roteirista, faz parte da produtora Filmes de Plástico, criada em 2009 e responsável por outros longas e inúmeros curtas-metragens selecionados em mais de 200 festivais nacionais e internacionais. Disponível no Netflix.

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