O Histórias que conectam, apresenta a história do Rodrigo Solidade, nosso ex-estagiário, que virou produtor musical. 

Criado no Complexo do Alemão, Rodrigo começou sua carreira de produtor no Sesc Ramos e tem uma bela história para compartilhar nos nossos 74 anos.

Em 2020, o Sesc completa 74 anos de existência, atravessando muitas histórias e fazendo a diferença na vida de muitas pessoas. Uma delas foi o Rodrigo Solidade, atualmente com 32 anos, que iniciou sua carreira em 2015 na equipe de Cultura do Sesc Ramos e hoje figura por grandes palcos, como o Rock In Rio. Ele nos mandou um depoimento, contando a sua história, mas quem agradece somos nós por fazer parte de uma trajetória tão maravilhosa.

Leia aqui o relato:   

Olá, meu nome é Rodrigo Solidade, 32 anos, músico e produtor musical.

Minha história profissional com o Sesc RJ começou em 2015, quando cursava Produção Cultural no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e consegui uma vaga de estágio na Instituição. Fui direcionado para a unidade Ramos após fazer a entrevista com o então técnico de cultura da unidade, Anderson Lins, figurinha muito querida na casa. Fiquei muito feliz por ter conseguido o estágio justamente na unidade Ramos, que atende entre outras localidades o Complexo do Alemão, conjunto de favelas onde eu nasci e fui criado. 

Logo após começar o estágio, o Anderson saiu da unidade e foi substituído pela Gisele Jacob, que passou a ser a minha queridíssima supervisora. Foram dois anos trabalhando juntos, batalhando para oferecermos o melhor atendimento e as melhores atividades possíveis e graças a esse volume de trabalho, acumulei uma bagagem enorme e incrivelmente valiosa. A equipe sempre foi muito solícita às minhas dúvidas e demandas, potencializando o processo de aprendizagem.

As vivências no Sesc Ramos contribuíram para a minha carreira de produtor, mas também ajudaram a desenvolver a minha atuação no cenário da música. Vi grandes shows, conversei com grandes artistas e o mais importante e que carreguei pra vida: aprendi a lidar com a parte que fica por de trás dos palcos. Aprendi a lidar com a parte burocrática de um espetáculo e a entender a importância dela, principalmente em um meio tão informal como a música. Junto a isso, pude entender um pouco mais o ambiente corporativo, dentro do âmbito da cultura. Foi uma espécie de engenharia reversa, enquanto artista naquele ambiente.

Não posso esquecer de citar os serviços oferecidos às localidades atendidas, muitas delas carentes, com quase ou nenhum outro equipamento provedor de cultura e lazer. Eu fui por muito tempo morador do Complexo do Alemão e sabia muito bem a importância de ter aquele tipo de iniciativa por ali. Então fazer parte dessa movimentação foi muito engrandecedor. O aspecto humano, do serviço social, foi outro lado que o estágio proporcionou que eu vivenciasse e internalizasse ainda mais em mim. Vale citar que no curso de teatro dessa época, fazia aula uma menina tímida que viria a ser conhecida como MC Martina. No Sesc Ramos nos conhecemos e anos depois estávamos tocando juntos no palco do Rock in Rio.   

Para ser sincero, sinto muita saudade dos meus tempos de Sesc RJ. Da correria, das longas conversas que tive com as minhas supervisoras e claro, das festinhas de aniversariante do mês (risos). Inclusive, recebi o convite para escrever sobre a minha experiência com a instituição, poucos minutos após publicar um #tbt no meu perfil no Instagram. A foto é uma das que mandei para serem publicadas aqui e foi tirada enquanto eu me apresentava na unidade, no evento Dia Mundial do Rock, em 2016. Brincadeiras que o destino faz pra brincar com coração da gente, né?!

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