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Arte em Cena – Temporadas: Espetáculo “Em Nome da Mãe” estreia no canal do Sesc RJ no YouTube

Com dramaturgia e atuação de Suzana Nascimento, peça “Em Nome da Mãe” estreia nesta sexta (6/8)  pelo projeto Arte em Cena – Temporadas. Dirigido por Miwa Yanagizawa, espetáculo é baseado na obra homônima do italiano Erri de Luca.

Ao deixar de lado o aspecto religioso e desmistificar a figura de Maria de Nazaré, mãe de Jesus, o espetáculo Em Nome da Mãe aborda a jornada íntima de uma mulher jovem, pobre, não casada – e grávida, tendo por isso sofrido os preconceitos de uma sociedade conservadora, patriarcal e machista. A história milenar, escrita por homens na Bíblia, aqui é contada por sua protagonista antes de se tornar a mãe do filho de Deus. Baseada na obra homônima do premiado autor italiano Erri de Luca, a peça foi concebida e adaptada para o palco por Suzana Nascimento, que também estrela o monólogo, em sua primeira montagem no Brasil. A direção é de Miwa Yanagizawa.

Com realização do Sesc RJ, o espetáculo estreia on-line nesta sexta-feira (6/8) no canal da instituição no YouTube, com apresentações gratuitas de sexta a domingo, às 19h. Em Nome da Mãe integra o Arte em Cena – Temporadas, braço de temporadas teatrais do projeto em que o Sesc RJ transmite espetáculos artísticos em suas plataformas digitais. A peça segue em cartaz até 29 de agosto.

arte em cenaEm 2015, Suzana Nascimento teve contato pela primeira vez com a obra de Erri de Luca. O livro Em Nome da Mãe conta em primeira pessoa a história do amor materno de Maria de Nazaré, desde o anúncio de sua gravidez imaculada pelo anjo Gabriel até o nascimento de Jesus. Arrebatada pelo livro, a atriz adaptou a obra para o teatro aprofundando o olhar para o feminino. Nela, a jovem mulher ganha voz própria e coloca em evidência sua dimensão não apenas humana como feminina: ela relata sua coragem e suas incertezas, as perseguições, os constrangimentos diante de intrigas e acusações, seus medos e sonhos.

A ideia de ir além da simples adaptação do texto para o teatro veio aos poucos. Desde a primeira leitura do livro, há seis anos, Suzana sentiu a necessidade de abordar importantes transformações em relação ao feminismo, e construiu uma nova dramaturgia, com outros personagens e situações. Ao lançar um olhar contemporâneo sobre uma história contada há mais de 2 mil anos, a peça abre espaço para reflexões sobre o feminismo e sobre os comportamentos patriarcais que atravessaram o tempo até nossos dias.

A peça passeia por importantes arquétipos da alma feminina. Em cena, Suzana dá voz a três mulheres – a donzela Maria (ou Miriam, como é chamada em hebraico), a atriz (uma mulher de 43 anos) e a anciã (que carrega em si a ancestralidade feminina) – que relatam a jornada da protagonista, intercaladas com histórias da vida da própria atriz e temas da atualidade. “Só existem seis falas atribuídas a Maria em toda a Bíblia. Pouco se escreveu sobre ela. A peça é uma investigação sobre sua jornada íntima, trazendo uma Maria profundamente humana, em plena metamorfose, se apoderando de sua própria história”, conta Suzana.

O processo de ensaios foi feito à distância, ao longo de três meses. Em Juiz de Fora (MG) estavam Suzana e o violoncelista Federico Puppi – que assina a trilha sonora original e a tradução do livro – enquanto Miwa Yanagizawa estava no Rio de Janeiro. O encontro presencial só aconteceu posteriormente, durante os ensaios e filmagens do espetáculo no Teatro Ipanema (RJ). “Fui arrebatada pela obra. Foi uma desconstrução da imagem romântica que eu tinha da Maria, que nos chega perfeita, como aquela que vemos nos presépios de Natal”, conta Miwa. “Humanizar a figura da Maria e mostrar a opressão sofrida por essa mulher amplia o movimento libertário feminista”, diz a diretora, que vê neste trabalho um diálogo com seus dois espetáculos anteriores, Nastácia e Eu matei Sherazade, confissões de uma árabe em fúria.

Serviço:
Espetáculo: Em Nome da Mãe
Temporada: de 6 de a 29 de agosto
Apresentações on-line: de sexta a domingo, às 19h.
Plataforma: YouTube Sesc RJ
Gratuito
Duração: 60 min
Classificação etária: 14 anos

Ficha técnica:
Concepção e dramaturgia Suzana Nascimento (a partir do livro Em nome da Mãe, de Erri de Luca)
Tradução Federico Puppi
Direção Miwa Yanagizawa
Atuação Suzana Nascimento
Direção de Fotografia Elisa Mendes
Trilha sonora original Federico Puppi
Participações especiais cantoras:  Rita Beneditto, Kacau Gomes, Mari Blue, Fernanda Santanna e Alexia Evellyn | percussão: Marco Lobo.
Direção de arte, figurino e cenografia Desirée Bastos
Assistente de cenário e figurino Isaac Neves
Câmera e edição Elisa Mendes
Finalização áudio Diogo Guedes
Captação de áudio Gabriel Martau
Visagismo Willian Xavier
Fotografias Elisa Mendes
Foto still Júlio Ricardo
Projeto gráfico  Raquel Alvarenga – Studio Janela Aberta
Social mídia Ana Loureiro
Assessoria de imprensa Paula Catunda e Catharina Rocha
Administração financeira Natália Simonete – Estufa de ideias ADM financeira
Direção de produção Sérgio Saboya e Silvio Batistela
Produção Galharufa Produções Culturais
Idealização Suzana Nascimento e Federico Puppi
Coordenação Geral SP Nascimento Produções

Currículos:

ERRI DE LUCA –  Escritor, poeta e tradutor. Nasceu em Nápoles em 1950 e é considerado um dos mais conceituados autores italianos contemporâneos. Integrou o movimento esquerdista Lotta Continua. Durante a guerra na ex-Iugoslávia, dirigiu comboios humanitários destinados à população da Bósnia. Publicou o seu primeiro livro (Non ora, non qui) aos 39 anos. Estudou hebraico e tornou-se tradutor de livros bíblicos e crítico de traduções da Bíblia, sem ser religioso. Em 2010, publicou Em Nome da Mãe (no Brasil o livro é publicado pela Companhia das Letras) sem querer dar uma explicação teológica ou filosófica ao mistério da Anunciação. Escreveu cerca de 60 livros, vários best-sellers na Itália, França e Israel, tendo sua obra foi publicada em muitas línguas.

MIWA YANAGIZAWA – Atriz, diretora de teatro, fundadora do Areas Coletivo, onde destacam-se as seguintes criações: Naquele dia vi você sumir, Plano sobre queda e Breu, de Pedro Brício, que recebeu os prêmios Questão de Crítica (melhor direção e iluminação) e APTR (melhor cenografia). Dirigiu Nastácia, de Pedro Brício, obra a partir do romance O Idiota, de Fiódor Dostoiévski, vencedora dos prêmios Shell e APTR de 2019 (melhor direção). Com frequência, ministra a oficina Estudo para o ator: a escuta, um eixo de pesquisa do Areas Coletivo, que, em 2020, estendeu sua atuação para o espaço virtual como A Escuta: distâncias e aproximações.

Como atriz, trabalhou com diretores de teatro como Guilherme Leme Garcia, Gustavo Paso, Adriano Guimarães, Ticiana Studart e José Possi Neto, entre outros. Foi integrante da ciateatroautônomo, dirigida por Jefferson Miranda, por 18 anos. Na TV, participou de novelas e séries como Spectros (Netflix) e da quinta temporada de Sessão de Terapia (com direção de Selton Mello, no GNT e Globoplay). No cinema, fez longas e curtas-metragens como O Filme da Minha Vida, de Selton Mello e Omoidê, de Dannon Lacerda.

SUZANA NASCIMENTO – Atriz, autora, diretora, apresentadora e contadora de histórias. Já participou de mais de 20 peças. Recebeu os prêmios de melhor atriz e espetáculo nos festivais internacionais FITA e Cena Contemporânea, pelo monólogo de sua autoria Calango Deu! Os causos da Dona Zaninha, dirigido por Isaac Bernat. Em 2017, lançou o livro do espetáculo pela Editora Cândido. É autora também de Contracapa, com direção de Priscila Vidca.

Como atriz, trabalhou com importantes diretores no teatro. Destaque para as peças Os Impostores e Alice Mandou um Beijo (direção de Rodrigo Portella); Dançando no Escuro (direção de Dani Barros); El Pânico e Preciso Andar (direção de Ivan Sugahara; A história do Barquinho (direção de André Paes Leme); A Menina Edith e a Velha Sentada (direção de Lázaro Ramos); Peças de Encaixar (da Cia. dos Atores, com direção de Cesar Augusto e Susana Ribeiro), entre outras.

No cinema, participou como atriz e colaboradora no roteiro do curta-metragem Santas (direção de Roberval Duarte e premiado no Cine Ceará) e A suspeita (direção Pedro Pelegrino). Em 2020, lançou o documentário em curta-metragem Árvore Mãe, em que assina roteiro e direção. Na TV Brasil, foi apresentadora das séries Brincando (indicado ao prêmio TAL de TV latino americana) e Janela Janelinha. Nesta última, também assinou a curadoria e a adaptação dos contos narrados, com direção de Ricardo Barros de Miranda. Como contadora de histórias, se apresentou em simpósios e feiras internacionais (como a FLIP), espaços culturais, programas de rádio e TV.

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