21 dias

21 Dias de Ativismo contra o Racismo

Em texto especial para a campanha 21 Dias de Ativismo contra o Racismo, o Analista de Educação Adriano Rocha fala sobre o movimento, suas raízes e sua história. 

Em 21 de março de 1960 o Apartheid, o regime racista na África do Sul, assassinou 69 pessoas e feriu 186, em brutal repressão, conhecida como “Massacre de Shaperville”. A ONU (Organização das Nações Unidas) considera essa data o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Com Nelson Mandela, a África do Sul começou a mudar, e isso é possível e necessário em toda parte do mundo e o Brasil não pode ficar de fora.

Este é o ponto de partida da campanha 21 Dias de Ativismo contra o Racismo, que, este ano será realizada entre os dias 1 e 21 de março. É uma iniciativa de várias organizações entre universidades, movimentos sociais, sindicatos, ONG’s e pessoas de referência na luta contra o racismo, que se juntaram para criar uma agenda de atividades pacíficas, focadas na reflexão sobre o combate ao racismo.

O Sesc RJ aderiu à campanha em 2018, por meio da iniciativa e proposições de atividades do Programa Educação da unidade Madureira, de lá para cá, a cada ano, a campanha faz parte da pauta de atividades da Educação, pois, seguindo nosso propósito central, atuamos como um agente educador buscando contribuir para o bem-estar social de toda população.

O racismo estrutural brasileiro é um grande desafio para a sociedade e deve ser combatido com seriedade, compromisso, rigidez e por todos: brancos e negros. Por meio das agendas pautadas pelo Movimento Negro, conseguimos promover algumas melhorias e mudanças na estrutural do racismo. É fato que os negros, nessas últimas décadas, estão mais inseridos nos postos de trabalho e mais presentes nos bancos escolares. Os indicadores sociais demonstram uma ligeira mudança nas posições ocupadas pelos negros em relação ao acesso e ao rendimento escolar. Todavia, se considerarmos as taxas de eficiência dos alunos negros no sistema educacional, a distribuição salarial e os postos de serviços ocupados, os negros permanecem, invariavelmente, em desvantagem.

O Brasil possui especificidades históricas que fundamentam uma trajetória de desigualdade racial e social que o coloca no topo do ranking dos países mais desiguais do mundo. Sob a ideia de exclusão social calcada em critérios socioeconômicos, subjaz uma latente desigualdade racial que é retroalimentada cotidianamente.

Romper com a “invisibilidade” e com a discriminação construída ao longo do tempo e, que é relegada aos negros, significa reconhecer o contrário do que foi cristalizado pela historiografia, onde os negros são vistos como seres inferiores. Os negros são pessoas que lutaram e resistiram a esse domínio. Quais são as histórias que queremos contar entre nossa atuação e o combate ao racismo? Quais são os cernes centrais que entendemos enquanto enfrentamento ao racismo estrutural? Muitas são as formas que o Movimento Negro ao longo dos anos tem utilizado para enfrentamento ao racismo. Muitas são as frentes de atuação, mas entendemos a educação como fio condutor, engendrada dentro de tantas outras metodologias que capturam sentidos e entendimentos. Uma educação que ofereça um mundo. E que incite a apropriação dos mais diversos bens culturais existentes. Educação que oferece cultura, esporte, desenvolvimento humano, relações de autocuidado, saúde no sentido mais amplo que se pode compreender, de capacidade técnica de gerir a vida, de conceber a possibilidade de brilhar ao sol e seguir a trajetória, sobretudo em vida, pela vida.

Se sob a história do povo negro macula a falta de oportunidade, de possibilidades e da chance de acreditar que o mundo é possível. É através do compromisso ético e educativo que entendemos o Sesc Rio, enquanto equipamento multilinguagem, que devemos estabelecer como ponte para o enfrentamento de todas as outras opressões diárias que também se fazem no atravessamento do racismo.

Clique aqui e confira a programação virtual da campanha.

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