17 de Maio – Dia Internacional Contra a Homofobia
A data celebra importante vitória internacional do movimento, mas exige uma reflexão sobre a persistência do preconceito e da discriminação.
Celebrado há mais de três décadas, ainda é lembrada como orgulho a criação do Dia Internacional Contra a Homofobia. Em 1990, nesta data, a Organização Mundial da Saúde retirava a homossexualidade do rol internacional de doenças. Ao deixar de tratar homossexuais como doentes, sujeitos a tratamentos e medicação, a área da Saúde deu um passo radical na direção do reconhecimento e respeito a orientações sexuais até então marginalizadas.
Foi, de fato, marco fundamental na luta da comunidade LGBTQIA+ — que àquela época nem era chamada desta forma. Esta foi, aliás, outra conquista do movimento: nomear a si próprio, informando de que forma dever ser tratado, inclusive com mudanças ao longo dos anos. Também a ideia de uma comunidade, que engloba de maneira equânime um amplo espectro de denominações, fortaleceu-se com o passar do tempo.
Em que pesem as comparações entre as diferentes épocas, e por mais que hoje, “tratar a homossexualidade” soe como uma ideia descabida e fruto da ignorância, não se pode afirmar que o preconceito foi superado. Diante de um ambiente aparentemente mais tolerante, ele permanece presente, mais ou menos explícito. Permanece firmemente, por exemplo em forma de “brincadeira” ou a “piada”: ainda são comuns falas que ridicularizam, inferiorizam e rebaixam pessoas da comunidade sob o pretexto de fazer graça.
Dolorosamente, é na família que muitas pessoas experimentam primeiro a rejeição. De acordo com ongs e movimentos da causa LGBTQIA+, em cerca de 40% dos casos de discriminação acontecem em casa. E as coisas não melhoram na escola: segundo a Unesco, mais de 40% dos homens homossexuais brasileiros
foram vítimas de violência durante a vida escolar – um percentual que o cotidiano faz acreditar que tenha sido subcalculado. Afinal, o Brasil sustenta o recorde vergonhoso de ser o país com o maior número de pessoas LGBTQIA+ assassinadas no mundo. Em 2021, registrou 300 ocorrências de mortes violenta de indivíduos desta população, aumento de 8% em relação a 2020. Com um total de 276 homicídios e 24 suicídios, o país teve uma morte a cada 29 horas.
Diante da realidade brutal dos números cabe a todos nós repensar atitudes e comportamentos. Os inegáveis avanços da comunidade não alcançam igualmente todos as pessoas, em todas as esferas e lugares. A luta, portanto, é constante e diz respeito a cada um de nós. Enquanto a sociedade permitir a discriminação de grupos de pessoas, por quaisquer motivos será, sem dúvida, uma sociedade doente.
(Fontes: Brasil Sem Homofobia, revistas Brasil Escola, Você S/A, Nova Escola, Grupo Gay da Bahia)
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