O Corpo Negro-Indígena

O Corpo Negro-Indígena: Mostra de Cinema amplia representatividade nas telas em programação gratuita no Sesc RJ

De 20 de maio a 15 de junho, mostra gratuita que integra projeto O Corpo Negro-Indígena exibe 16 produções que entrelaçam ancestralidade, arte e resistência em 12 unidades do Sesc RJ. 

Integrando a 5ª edição do projeto O Corpo Negro-Indígena, o Sesc RJ apresenta uma potente mostra de cinema que ocupa 12 unidades no estado com uma programação gratuita, diversa e sensível às potências expressivas dos corpos negros e indígenas do Brasil. Em cartaz de 20 de maio a 15 de junho de 2025, a mostra exibe 16 filmes de curta, média e longa-metragem, assinados por realizadores e coletivos que narram histórias de resistência, memória, celebração e futuro a partir de outras epistemologias.

A curadoria da mostra propõe um mergulho audiovisual em corpos-territórios que carregam histórias coletivas, afetos e insurgências. São obras que transitam entre o documentário e a ficção, criando pontes entre o cinema e linguagens como a dança, a música e as artes visuais. A mostra também reflete a força da criação colaborativa e intergeracional, e apresenta uma cartografia plural da produção audiovisual negro-indígena contemporânea.

Entre os destaques da mostra, está o documentário “Guardiões da Memória”, de Alberto Alvares, que propõe um mergulho sensível em cinco aldeias Guarani no Estado do Rio de Janeiro. O filme mostra como os mais velhos e lideranças fazem circular o conhecimento e a memória nos Tekoa, através de suas rezas, narrativa e belas palavras na casa de reza.

Outro filme de grande relevância na mostra é “Salão de Baile”, de Direção de Juru e Vitã. O documentário convida o público a adentrar uma comunidade de jovens nas margens da Baía de Guanabara, que resgata e vivencia a cultura Ballroom.

A sessão de curtas-metragens reúne produções experimentais como “Curai-vos”, “Pisa Ligeiro” e “Caipora”, reforçando a diversidade estética da mostra. Os filmes propõem novas formas de narrar mundos, onde o gesto, o som, o silêncio e a imagem operam como linguagem e política.

A mostra acontece nas unidades Arte Sesc, Copacabana, Tijuca, Ramos, São Gonçalo, Niterói, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nova Friburgo, Teresópolis e Centro Cultural Sesc Quitandinha. Cada unidade recebe diferentes sessões, ampliando o acesso à produção audiovisual que reafirma as multiplicidades e as resistências de povos historicamente marginalizados.

PROGRAMAÇÃO:

CRÔNICAS DE UMA JOVEM FAMÍLIA PRETA!
Direção de Davidson D. Candanda. Brasil. 2023. Documentário. 76 min. Livre
Hellena e Lucas formam um casal preto e o pequeno Dom é o fruto dessa união. Hellena é dançarina e trancista; Lucas trabalha como barman e Dom está prestes a completar dois anos de idade. Mesmo com pouco dinheiro, Hellena e Lucas decidem fazer uma festa de aniversário para o filho!

Arte Sesc – Espaço Cultural: 24/5, 19h.
Copacabana: 23/5 e 13/6, 15h.
Duque de Caxias: 28/5, 10h.
Nova Friburgo: 3/6, 15h e 19h.
Nova Iguaçu: 27/5, 9h30.
São João de Meriti: 1/6, 14h.
Tijuca: 4/6, 19h.

TREM DO SOUL
Direção de Clementino Junior. Brasil. 2021. Documentário. 83 min. Livre.
Trem do Soul segue a linha do tempo traçando uma cartografia memorial e afetiva de um movimento jovem, preto e periférico que mexeu com corações, corpos, mentes e até com as fardas na década de 1970 na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Arte Sesc – Espaço Cultural: 31/5, 17h.
Copacabana: 24/5 e 15/6, 15h.
Duque de Caxias: 28/5, 14h.
Niterói: 22/5, 18h.
Nova Friburgo: 4/6, 14h30.
Nova Iguaçu: 27/5, 14h.
Ramos: 24/5, 14h.
São Gonçalo: 21/5, 19h.
São João de Meriti: 31/5, 16h.
Teresópolis: 5/6, 18h30.
Tijuca: 21/5, 19h.

DIASPÓRICAS
Direção de Ana Clara Gomes. Brasil. 2023. Documentário. 71 min. Livre.
A música brasileira é uma mulher negra. Ela é feita pelas mãos, bocas, ouvidos e pelo sentir de mulheres negras que se encontram no estado de Goiás. Érika, Nina, Sonia e Lene narram a Música Preta Brasileira. São mulheres sonoras, pretas e centrais celebrando a negritude, o ser mulher e a música brasileira, a partir da conexão em África. Diaspóricas são mulheres negras em resistência que utilizam a música para existirem. Diaspóricas são mulheres em atravessamentos afromusicais que se reconhecem mesmo não se conhecendo.
Arte Sesc – Espaço Cultural: 31/5, 19h.
Copacabana: 25/5, 15h.
Duque de Caxias: 29/5, 10h.
Nova Iguaçu: 27/5, 18h.
São João de Meriti: 30/5, 16h.
Tijuca: 4/6, 17h.

GUARDIÕES DA MEMÓRIA
Direção de Alberto Alvares. Brasil. 2018. Documentário. 55 min. Livre.
Guardiões da Memória foi realizado em cinco aldeias Guarani no Estado Rio de Janeiro. O filme mostra como os mais velhos e lideranças azem circular o conhecimento e a memória nos Tekoa, através de suas rezas, narrativa e belas palavras na casa de reza.
Arte Sesc – Espaço Cultural: 7/6, 17h.
Copacabana: 1/6, 15h.
Ramos: 22/5, 18h.
São Gonçalo: 24/5, 16h.
Tijuca: 21/5 e 11/6, 17h.

SALÃO DE BAILE
Direção de Juru e Vitã. Brasil. 2024. Documentário. 94 min. 14 anos. Nas margens da Baía de Guanabara, uma comunidade de jovens resgata e vivencia a cultura ballroom. Rio is burning!
Arte Sesc – Espaço Cultural: 14/6, 19h.
Copacabana: 31/5, 15h.
São Gonçalo: 20/5, 19h.
Tijuca: 11/6, 19h.

IJÓ DUDU, MEMÓRIAS DA DANÇA NEGRA NA BAHIA
Direção de Zebrinha. Brasil. 2022. Documentário. 84 min. Livre.
O filme é construído a partir da memória viva. Denúncia poética, contada através das vivências e saberes das mestras e mestres pioneiros e protagonistas da dança negra na Bahia, onde pelo menos duas gerações de mulheres e homens negros fizeram de seus corpos as ferramentas principais de afirmação política e pessoal.
Arte Sesc – Espaço Cultural: 24/5, 17h.
Copacabana: 30/5, 15h; 6/6, 15h.
São Gonçalo: 23/5, 19h.
Tijuca: 28/5, 17h.

SESSÃO DE CURTAS: CURAI-VOS + PISA LIGEIRO + CAIPORA + O TEMPO É UM PÁSSARO + MÃTÃNÃG, A ENCANTADA
49 min. 14 anos.

CURAI-VOS
Direção de Clementino Junior. Brasil. 2020. Experimental. 3 min. 10 anos.
Omolú é o Orixá da praga e da cura. Em tempos de isolamento, nele residem os caminhos para uma nova normalidade. Experimento realizado durante o distanciamento social pela pandemia do COVID-19.

PISA LIGEIRO
Direção de Siba Carvalho Puri. Brasil. 2020. Experimental. 5 min. Livre.
Inspirado no futurismo indígena e com produção de Rafaella Orneles, o videoclipe da artista Siba Carvalho do Povo Puri reflete sobre vida e saúde em Pindorama antes da chegada dos colonizadores. Através de elementos psicodélicos, a obra retrata a coexistência entre passado (raízes), presente e futuro (continuidade). O trabalho é como um grito ecoado através do canto que expressa os desafios e sentimentos de uma indígena que vive na cidade, mas que percorre o caminho de retorno ao lar em um momento pandêmico, quando há mais fortemente a necessidade de estar com os seus parentes.

CAIPORA
Direção de Rafaela Correia e Amanara Brandão. Brasil. 2021. Experimental. 8 min. Livre.
“Caipora” surge em meados de 2019, enquanto pesquisa acadêmica, e segue como trabalho independente em desenvolvimento. Consiste em um processo de criação colaborativa, com dramaturgia autoral, partindo da lenda amazônica Caipora – Protetora da Floresta, mesclando em experimentações audiovisuais elementos estéticos da cultura ribeirinha e acontecimentos contemporâneos, trazendo à  tona temas como regionalismo, violência contra a mulher, resgate histórico da identidade local e a relação do ser humano com a floresta.

O TEMPO É UM PÁSSARO
Direção de Yasmin Thayná. Brasil. 2023. Ficção. 19 min. Livre.
Zuri vive num lugar onde seu pertencimento está por um fio: seus parentes não falam mais a sua língua. Depois de algumas tentativas, ela toma coragem e inicia uma jornada pela construção do seu espaço de conforto e vai ao encontro de sua verdadeira família.

MÃTÃNÃG, A ENCANTADA
Direção de Shawara Maxakali e Charles Bicalho. Brasil. 2019. Animação. 14 min. 14 anos.
A índia Mãtãnãg segue o espírito de seu marido, morto picado por uma cobra, até a aldeia dos mortos. Juntos eles superam os obstáculos que separam o mundo terreno do mundo espiritual. Uma vez na terra dos espíritos, as coisas são diferentes: outros modos regem o sobrenatural. Mas Mãtãnãg não está morta e sua alma deve retornar ao convívio dos vivos. De volta à sua aldeia, reunida a seus parentes, novas vicissitudes durante um ritual proporcionarão a oportunidade para que mais uma vez vivos e mortos se reencontrem. Falado em língua Maxakali e legendado, Mãtãnãg se baseia em uma história tradicional do povo Maxakali.
Arte Sesc – Espaço Cultural: 7/6, 19h.
Centro Cultural Sesc Quitandinha: 10/6, 15h.
Copacabana: 7/6, 15h.
Duque de Caxias: 29/5, 14h.
Nova Iguaçu: 28/5, 9h30.
Ramos: 23/5, 18h.
São Gonçalo: 20/5, 14h.
Tijuca: 21/5, 17h.

SESSÃO DE CURTAS: NOSSOS PASSOS SEGUIRÃO OS SEUS… + O QUE DIZ UMA MEMÓRIA? + DONA BEATRIZ ÑSÎMBA VITA
52 min. 16 anos.

NOSSOS PASSOS SEGUIRÃO OS SEUS…
Direção de Uilton Oliveira. Brasil. 2022. Documentário. 14 min. Livre.
“A exploração é a lei, a greve eis o crime”. No contexto da forte greve da classe trabalhadora e da repressão policial que se seguiu no Brasil na década de 1920, o curta-metragem resgata a figura do sindicalista Domingos Passos.

O QUE DIZ UMA MEMÓRIA?
Direção de Luana Ferreira. Brasil. 2023. Documentário. 17 min. Livre.
Gertrudes, Luciana e Francisca são três mulheres residentes em um bairro em Nilópolis, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Apesar de serem de gerações diferentes, elas compartilham experiências, desabafos, confissões e medos do passado e do presente. À medida que se aproximam e interagem, o vínculo entre elas se transforma, revelando como a proximidade influencia sua relação.

DONA BEATRIZ ÑSÎMBA VITA
Direção de Catapreta. Brasil. 2023. Animação. 21 min. 16 anos.
“Dona Beatriz Ñsîmba Vita” é um filme livremente inspirado na vida e legado da personagem histórica conhecida como Kimpa Vita, heroína congolesa do século XVII. Ambientado na contemporânea cidade brasileira de Belo Horizonte, conhecemos uma mulher singular, determinada a cumprir a missão divina de criar seu próprio povo, usando uma habilidade única de produzir clones de si mesma, na cozinha de sua casa.
Arte Sesc – Espaço Cultural: 14/6, 17h.
Centro Cultural Sesc Quitandinha: 11/6, 15h.
Copacabana: 8/6, 15h.
Duque de Caxias: 30/5, 10h.
Niterói: 22/5, 15h.
Nova Iguaçu: 29/5, 18h.
Ramos: 21/5, 18h.
São Gonçalo: 22/5, 19h.
Tijuca: 28/5, 19h.

SESSÃO DE CURTAS: ICAMIABAS: BACKUP DO FUTURO + RUA DINORÁ
30 min. Livre.

ICAMIABAS: BACKUP DO FUTURO
Direção de Otoniel Oliveira. Brasil. 2017. Animação. 12 min. Livre.
Depois de perder acidentalmente todas as cópias de sua monografia da faculdade, Laci e as outras Icamiabas usam sua gata-nuvem chamada Nuvenzinha para ir até a Cidade Alta, bairro super tecnológico que flutua nas nuvens e visitar o Tecnomuseu, lugar que guarda todos os backups de tudo que já foi escrito e de tudo que ainda será. Mas quando uma interminável burocracia e fantasmas de dinossauros se interpõem no caminho, as Icamiabas percebem que o backup nem sempre compensa.

RUA DINORÁ
Direção de Natália Maia e Samuel Brasileiro. Brasil. 2021. Ficção. 18 min. Livre.
Dinorá é uma menina de 10 anos que luta karatê e precisa vender rifas para custear uma viagem para um campeonato. Nesse trajeto, ela descobre a história da sua rua e do seu bairro.
Arte Sesc – Espaço Cultural: 31/5 e 14/6, 14h.
Centro Cultural Sesc Quitandinha: 15/6, 16h.
Copacabana: 14/6, 15h.
Duque de Caxias: 30/5, 14h.
Niterói: 20/5, 15h.
Nova Friburgo: 5/6, 9h; 8/6, 16h.
Nova Iguaçu: 29/5, 9h e 14h; 1/6, 11h e 16h.
Ramos: 20/5 e 25/5, 14h.
São Gonçalo: 25/5, 14h.
Teresópolis: 5/6, 14h.
Tijuca: 25/5, 1/6, 8/6 e 15/6, 11h.

SERVIÇO
Mostra de Cinema – O Corpo Negro-Indígena 2025
De 20 de maio a 15 de junho
Unidades: Arte Sesc, Copacabana, Tijuca, Ramos, São Gonçalo, Niterói, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nova Friburgo, Teresópolis, Quitandinha e Barra Mansa
Entrada gratuita

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