Sobre o Argumenta

O Argumenta é um programa de formação audiovisual idealizado e realizado pelo Sesc RJ que conta com atividades formativas, sessões de cinema, apresentações artísticas e, fundamentalmente, a realização de laboratórios de escrita cinematográfica destinados a roteiristas e seus projetos audiovisuais.

Em 2025, o Argumenta oferece novamente dois laboratórios: o Laboratório de Desenvolvimento de Argumentos de Longa-metragem, destinado a pessoas roteiristas de todo o Brasil que tenham como proposta desenvolver um projeto original de longa-metragem de ficção; e o Laboratório de Desenvolvimento de Roteiros de Curta-metragem, destinado a mulheres negras roteiristas residentes do estado do Rio de Janeiro que tenham como proposta desenvolver um projeto original de curta-metragem de ficção.

A realização dos laboratórios, parte estrutural desta ação, oferece ferramentas dramatúrgicas às pessoas participantes, de forma a possibilitar o desenvolvimento de novos projetos audiovisuais por meio de dinâmicas individuais e coletivas que objetivam fomentar a reflexão do autor sobre a sua própria obra e colaborar para que o seu projeto tenha maiores chances de desenvolvimento no mercado cinematográfico. As pessoas participantes são selecionadas por meio de inscrição aberta para uma imersão de orientação e acompanhamento junto a profissionais de consultoria.

A realização do programa fortalece a atuação do Sesc RJ no setor audiovisual e legitima o projeto como parte do planejamento estratégico da instituição, garantindo a continuidade de ações que visam a formação do nosso público e a democratização do acesso à cultura.

ATIVIDADES FORMATIVAS

30/10 | “Processos criativos entre roteiristas, produtores e diretores”, com Francine Barbosa

Nesta palestra, exploraremos diferentes possibilidade de colaboração entre roteiristas, produtores e diretores. O objetivo é refletir sobre desafios e caminhos possíveis para processos de desenvolvimento de longas-metragens.

30 de setembro | 17h às 19h | Presencial – Hotel Sesc Alpina

01/10 | “Escrevendo o Medo: A Arte do Roteiro de Terror”, com Rodrigo Aragão

Nesta palestra, o cineasta Rodrigo Aragão, um dos maiores nomes do cinema de terror brasileiro, compartilha sua experiência e técnicas na criação de roteiros que arrepiam e envolvem o público. Com sua trajetória marcada por filmes cultuados e reconhecidos internacionalmente, Aragão revela como transformar ideias em narrativas assustadoras, explorando atmosferas, personagens e mitos que dão vida ao medo na tela.

1º de outubro | 17h às 19h | Presencial – Hotel Sesc Alpina

08/10 | “Como nascem os roteiros?”, com Pedro Diógenes

De onde surgem os roteiros: com um estudo de caso do filme “Centro Ilusão”, buscaremos compreender como nossas angústias, inquietações e desejos podem se tornar a base para um roteiro. Linha do tempo de um filme: com base no percurso do projeto de “Inferninho”, analisaremos os caminhos pelos quais um filme pode passar da sua ideia até a estreia na sala de cinema.

8 de outubro | 18h30 às 20h30 | Virtual

09/10 | “Do Teatro ao Cinema”, com Renata Mizrahi

O diálogo entre o teatro e o cinema acontece desde que surgiu a sétima arte. Desde as peças gregas a Shakespeare, para começar, ganharam inúmeras versões de roteiros. Mas qual as semelhanças e as diferenças de uma obra teatral para um roteiro cinematográfico? O que muda, o que fica? O que é potente e interessante? Quais as peças que deram bons filmes e por quê? Nessa oficina vamos analisar quatro peças contemporâneas que tiveram sua versão para roteiro longa-metragem audiovisual: “Deus da Carnificina” (de Yasmina Reza), “Incêndios” (de Wajdi Mouawad), “O Beijo no Asfalto” (de Nelson Rodrigues) e “Os Sapos” (de Renata Mizrahi), esta última filmada em 2021, cujos trechos do filme serão assistidos durante a atividade, comparando o roteiro da peça com o roteiro do longa. Além do estudo de casos, vamos praticar a escrita para as duas narrativas, desenvolvendo cenas curtas pautadas na estrutura clássica (início, meio e fim).

9 de outubro | 18h30 às 20h30 | Virtual

10/10 | “O estudo da cena”, com Thais Fujinaga

A cena é o “aqui e agora” do universo da dramaturgia e, em uma conversa sobre as diversas possibilidades de construção das cenas, os seguintes temas serão abordados: o conflito como força motora da cena dramática clássica; o desenho da cena, sua curva dramática e seus pontos de estruturação de partida; cenas não dramáticas e suas funções no filme; mise-en-scène e a construção visual da cena.

10 de outubro | 18h30 às 20h30 | Virtual

17/10 | “Como nasce um curta-metragem? O processo de DEIXA”, com Mariana Jaspe

A última noite de liberdade de uma mulher antes que seu marido saia da prisão. Neste estudo de caso, a diretora Mariana Jaspe apresenta o processo de criação, roteiro, direção e distribuição do curta-metragem DEIXA, protagonizado por Zezé Motta, selecionado para mais de 100 festivais ao redor do mundo e vencedor de cinquenta prêmios.

17 de outubro | 18h30 às 20h30 | Virtual

21/10 | Masterclasse, com Viviane Ferreira

21 de outubro | 18h30 às 20h30 | Virtual

LABORATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO
DE ARGUMENTOS DE LONGA-METRAGEM

Projetos Selecionados

A Juventude de Daura, de Cecília Engels (São Paulo, SP)

Após a morte de sua melhor amiga no rompimento de uma barragem de minério, Daura (15) é obrigada a voltar à rotina das aulas. Em luto e desiludida, a jovem decide ir embora da pequena cidade do interior de Minas Gerais. Mas Naná (38), sua mãe, é resistente à ideia. A jovem sonha com a vida na capital e quer deixar para trás a cidade engolida pela lama e pelas lembranças da tragédia. Começa a juntar dinheiro para fugir. Mas seus planos fracassam, Daura fica presa na cidade e em seu corpo sem alma.

As Filhas do Menor Chuvisco, de Wesla Jones (BA – São Paulo, SP)

Quando uma travesti retorna à sua cidade natal, no sertão do São Francisco, para se reconectar com sua família, encontra um povoado ameaçado pela construção de uma hidrelétrica e um rio infestado por plantas poluentes. Lembranças de seres, objetos e do próprio rio passam a desaparecer da memória da comunidade. Perseguida e culpada pelos infortúnios da cidade, ela mergulha em uma busca por respostas, revivendo lendas e memórias, antes que a hidrelétrica apague de vez a história de seu povo.

Compro Ouro, de Renata Fortes (PI – Fortaleza, CE)

Uma mulher afroindígena do Brasil contemporâneo trabalha no comércio informal de ouro no nordeste do Brasil quando desperta para uma luta ancestral ao lidar com a perda de seus dentes e o desaparecimento de de sua colega de trabalho com quem se envolve amorosamente. Cida precisa tomar de volta o tempo e a prosperidade roubados ao longo de séculos, e, para isso, precisa guardar no seu sorriso todo o ouro que lhe cabe. Quando isso acontece, sua gargalha abre um portal do tempo.

Condomínio Champinhom, de Kiwi Bertola (SP – Caxias do Sul, RS)

Endividada, uma mulher desinteressante precisa conquistar os votos de condôminos do seu prédio para se tornar a nova síndica.

Devolva Meu Presente, Seu Presidente!, de Larissa Estevam (BA – Fortaleza, CE)

Camila, uma menina persistente e teimosa, irá completar 10 anos, e está entusiasmada com o presente prometido pela sua mãe, uma filmadora. Mas no dia do seu aniversário é anunciado que o presidente tomou a decisão de confiscar a poupança para lidar com a inflação e por conta disso sua mãe não comprará o presente. Chateada e sem entender o que está acontecendo, Camila não desiste de sua filmadora e tenta de tudo para conseguir o seu presente.

Hibakusha – Filhos da Bomba, de Tiago Minamisawa (SP – Florianópolis, SC)

O filme conta a história de vida de Toshiji Nagao, um imigrante japonês que vive no Brasil e é um Hibakusha, sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima. A primeira fase começa com Toshiji aos 11 anos em 1941, ano em que ocorre o ataque de Pearl Harbor, e termina em 1945 quando a bomba atômica atinge Hiroshima. A segunda fase mostra TOSHIJI morando em São Paulo aos 54 anos. Após uma bem sucedida carreira de cineasta ele decide realizar um filme sobre como foi presenciar a bomba atômica.

Nem Parece Que Você É de Manaus, de Lídia Ferreira (Manaus, AM)

Frustrados pela rejeição em testes por fugirem ao que dizem ser “a cara da Amazônia”, um ator focado em ser protagonista, e uma ex-palhaça criam uma ousada turnê: cruzar o Amazonas de barco para levar um espetáculo de palhaçaria a comunidades ribeirinhas. A dupla conquista um edital federal, mas não contava com a crise climática. Com a fumaça persistente em Manaus e a seca histórica, a navegação está proibida – agora, ou eles burlam as autoridades para viajar ou terão que devolver os recursos.

Suíte, de Lui Castanho (PR – São Paulo, SP)

Um Homem trans está prestes a fazer um procedimento médico para ter um filho com sua esposa quando suspeita que seu falecido avô manteve uma releção homossexual secreta. Encantado com a história, interroga familiares e viaja em busca do suposto ex-companheiro do avô, mas não consegue nenhuma prova. Frustrado e triste, desiste da paternidade e termina o casamento. Por fim, tem a chance de sanar a dúvida com seu pai, mas abdica de saber a verdade pois entende preferir sua própria versão do avô.

Transmachine, de Guilherme Jardim (Belo Horizonte, MG)

Lua é uma jovem sonhadora que transforma sua vida ao criar o alter ego Transmachine para enfrentar desafios e conquistar seu espaço na cena do rap. Em uma trajetória marcada por coragem e persistência, faz história como a primeira travesti campeã nacional do Duelo de MCs.

Tropa e Bando, de Maíra Oliveira (Rio de Janeiro, RJ)

Durante o carnaval do Rio de Janeiro, dois grupos rivais de bate-bola, Tropa e Bando, se enfrentam nas ruas. Por trás das máscaras, Diogo e Felipe escondem um segredo proibido. Com a rivalidade crescendo, eles precisam escolher entre a lealdade ao grupo ou assumir quem realmente são em um mundo onde identidade é performance e sobrevivência.

LABORATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO
DE ROTEIROS DE CURTA-METRAGEM

Projetos Selecionados

Amores Invisíveis, de Simone Cerqueira (Nova Iguaçu, RJ)

Na encruzilhada da vida, Benedito fará de tudo para deixar de ser invisível aos olhos da mulher por quem ele se “encantou-se”.

Awon Orè, de Dandara Odara (Rio de Janeiro, RJ)

O griô Tunde, um velho sábio contador de histórias, narra a aventura de Ayo, o “menino alegria”, e seus quatro amigos, crianças orixá, que no dia do seu sétimo aniversário embarcam numa aventura pela floresta sagrada de Oxogbô, na Nigéria, descobrindo mitos, valores ambientais e a força do feminino e da comunidade. Com elementos da tradição iorubá, “Awon Orè” traduz às crianças dos nossos dias o verdadeiro valor de seu significado ancestral: a amizade.

Insurgência de Cam, de Michelle Egito (Rio de Janeiro, RJ)

Durante o processo de obtenção da cidadania portuguesa, Antonieta busca documentos do avô paterno, mas acaba reencontrando memórias do lado materno. Essa jornada revela conflitos invisíveis ligados ao embranquecimento e ao apagamento da identidade negra em sua família. Diante disso, Antonieta decide trilhar o caminho inverso, resgatando o legado de suas antepassadas.

Janta, de Mari Oliveira (Rio de Janeiro, RJ)

Célia prepara um jantar especial para receber Breno, seu filho mais velho. Ao lado do marido, Marcos, e da filha, Maria Alice, ela tenta criar um momento perfeito. Entre descobertas sobre a vida de Breno, a nova filosofia vegana de Maria Alice e as tensões de Marcos, o reencontro se transforma em um retrato afetivo e divertido de uma família que se apoia e se reconstrói ao redor da mesa.

Jardim de Mim, de Larissa Rangel (Rio de Janeiro, RJ)

Plum, uma menina-flor ansiosa vive de sua arte em uma casa-vaso bagunçada. Quando Louro, um senhor exigente, pede ajuda para criar um cartaz importante, ela precisa trabalhar duro para entregar o projeto no prazo. Ao longo do caminho, a artista pede uma ajuda tecnológica, mas mesmo com isso, enfrenta obstáculos e precisará aceitar ajuda real para concluir o objetivo, construindo uma bela amizade no percurso.

Meu Tio Osvaldo, de Luiza da Silva de Arruda (Rio de Janeiro, RJ)

Ao montar a árvore genealógica da família, Júlia, estudante de cinema da Zona Oeste do Rio, descobre a existência de Osvaldo, um parente nunca antes mencionado. Ao investigar, encontra registros que revelam sua militância comunista durante a ditadura, às margens da periferia do Rio de Janeiro. Sem imagens, Júlia sonha com sua trajetória apagada: um militante, negro e pobre. Na Zona Oeste do Rio, entre lembranças, panfletos e esquecimento, ela decide: vai fazer um filme sobre ele.