Por uma cultura de paz
Na assembleia geral de 1999, a ONU convocou um movimento global pela Cultura da Paz. Já finalizamos duas décadas e percebemos que a temática ainda é tema de constante preocupação.
A cultura de paz diz respeito a uma visão de mundo que privilegia o diálogo e a mediação para resolver conflitos, abandonando atitudes e ações violentas e respeitando a diversidade dos modos de pensar e agir.
Vamos refletir sobre isso?
Segundo a UNESCO, a Cultura de Paz “está intrinsecamente relacionada à prevenção e à resolução não-violenta de conflitos” e fundamenta-se nos princípios de tolerância, solidariedade, respeito à vida, aos direitos individuais e ao pluralismo.
O movimento deve ser de natureza coletiva e cabe a cada um de nós difundir a paz no dia a dia, estando cientes das nossas responsabilidades e entendendo que nossas ações afetam o outro. Para incentivar essas ações, a Unesco divulgou o “Manifesto por uma Cultura de Paz e Não Violência”, que indica alguns caminhos:
- Respeitar a vida;
- Rejeitar a violência;
- Ouvir para compreender;
- Preservar o planeta;
- Redescobrir a solidariedade.
É importante entender que construir uma cultura da paz vai além do compromisso do Estado, envolve dotar as crianças e os adultos, as escolas e comunidades de uma compreensão dos princípios e respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade.
E é importante perceber que a ausência de conflito explícito não necessariamente significa paz. O conflito pode se manifestar de forma silenciosa, pelo distanciamento, incompreensão, desconhecimento, inacessibilidade, burocracia e impotência.
Por isso, não haverá paz sem justiça. A justiça deve estar na educação, saúde e na habitação. Nosso caminhar para a transformação envolve pensar na justiça de forma mais ampla, com direitos iguais para todos e de forma inclusiva.
A paz precisa ser ensinada, aprendida e estimulada.
Segundo dados do IBGE pessoas entre 15 e 39 anos são as maiores vítimas de homicídio no Brasil. Os dados mostram também que pessoas pretas têm 2,7 % de chance de serem assassinadas. Nos últimos dois anos estes dados estão mais alarmantes e diariamente nos deparamos com notícias de violação de direitos e diferentes tipos de violência.
Pensando nisso, aproveitamos o mês de janeiro, em que é celebrado o Dia da Não Violência, estipulado pela ONU, e convidamos você a pensar sobre como contribuir para redução da violência e propagação da cultura de paz.
Como você pode contribuir para disseminar a cultura da paz?
Separamos 4 dicas que ajudam a reduzir as diferentes formas de violência física, racial, social, política e cultural. Vamos juntos?
- Vamos falar sobre cultura de paz nos nossos espaços de convívio, seja na escola, trabalho, no âmbito familiar e até mesmo nas redes sociais. Propor pautas de diálogos sobre preconceitos de gênero, intolerância religiosa, intolerância política, entre outros. Esse é um excelente caminho para desconstrução de preconceitos e violências.
- Reconhecer o racismo e entender que pessoas pretas são as mais afetadas com todo esse cenário de violência é a melhor forma de combatê-lo. Não tenha medo das palavras branco, negro, racismo e racista. A palavra não pode ser um tabu, pois o racismo está em nós e nas pessoas que amamos – mais grave é não reconhecer e não combater a opressão. (Djamila Ribeiro).
- Reconhecer os privilégios da branquitude e ainda perceber o racismo internalizado em nós é um excelente exercício para combate à violência e desconstrução do racismo. Já parou para pensar quais privilégios uma pessoa branca tem somente por ter nascido com esta cor da pele?
- Exercite a solidariedade, a empatia e o cuidado com o outro. A dor do outro pode não ser a sua dor, mas ser solidário e empático ajuda e muito a transformar a sua comunidade e o seu ciclo de convívio diário.
Saiba mais sobre o tema em:
>> O que significa cultura de paz na prática
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