Exposição interativa Afago, no Sesc Quitandinha, convida à pausa e ao repouso

Assinadas por artistas de renome internacional, obras contrastam com a suntuosidade dos salões do palácio. Mostra fica em cartaz até novembro e inaugura um novo conceito de centro cultural no Sesc Quitandinha. 

Um convite ao descanso, às pausas, a um retardamento do tempo. Essa é a ideia central da exposição Afago, em cartaz no Sesc Quitandinha, em Petrópolis. Inaugurada por ocasião da 20ª edição do Festival Sesc de Inverno (15 a 31/7), a mostra que reúne obras de nove artistas e um coletivo seguirá em cartaz até 26 de fevereiro de 2023, marcando o novo conceito do centro cultural (veja mais detalhes abaixo).

As obras são assinadas por artistas de renome nacional e internacional: Ana Miguel, Brígida Baltar, Cadu, Ernesto Neto, Helô Sanvoy, Jaime Lauriano, Nydia Negromonte, Ricardo Basbaum, Santídio Pereira e Coletivo Opavivará. Instaladas pelos salões, varandas e cúpula, as peças têm dado novo sentido ao espaço, contrastado com a suntuosidade do palácio que abrigou um dos hotéis-cassino mais badalados da América Latina na década de 40 do século passado.

O público pode, por exemplo, deitar em redes, saborear chás, sentar em roda, escutar e assistir relatos, observar o renascimento de hortaliças, bater tambor, observar a vegetação emoldurada pelas belas e amplas janelas do palácio, entre outras formas de interação “As obras da exposição sugerem o convite à experimentação, ao repouso e à interação.  De outro modo, vivemos um momento de escuta, de conversa, de trocas de experiências, no tempo do carinho, do cafuné, dos abraços”, explica Marcelo Campos, curador da mostra ao lado de Filipe Graciano.

A exposição inaugura um novo conceito de centro cultural no Sesc Quitandinha. A ideia principal é que as exposições não fiquem circunscritas a um ou outro salão, mas sejam dispostas pelos diferentes espaços do térreo do palácio, administrado pelo Sesc RJ. Além disso, a proposta é que as mostras dialoguem com atrações em outras linguagens artísticas, como dança, teatro, música, teatro, audiovisual e literatura. A previsão é colocar essa proposta em prática tão logo se encerre o Festival de Inverno, que tem uma lógica curatorial própria.

O novo conceito vem na esteira de outras novidades que estão sendo projetadas para o Sesc Quitandinha. Uma delas é a reativação da cozinha do antigo hotel-cassino, criando um espaço de alimentação, convivência e lazer inspirado no Mercado da Ribeira, de Lisboa, e no mercado gastronômico Eataly, de Nova Iorque. Também planeja-se reativar o antigo Bar Central para a instalação de um bistrô.

 

SERVIÇO:

Exposição Afago
Ana Miguel, Brígida Baltar, Cadu, Ernesto Neto, Helô Sanvoy, Jaime Lauriano, Nydia Negromonte, Ricardo Basbaum, Santídio Pereira e Coletivo Opavivará
De 15/7 a 26/02/2023
Sesc Quitandinha: Av. Joaquim Rolla 2 – Petrópolis
Visitação: De terças a domingos e feriados, das 10h às 18h.
Ingresso: A entrada é franca até 5 de agosto. A partir do dia 6 de agosto: R$ 10 (público em geral) R$ 5 (meia-entrada) e R$ 2 (Credenciados Sesc e moradores de Petrópolis, com confirmação documental).

 

Conheça os trabalhos dos artistas

Ana Miguel
Um espaço com lãs, casulos e o macio da cama remetem ao acordar, dormir, sonhar, fechar os olhos e, a partir daí, ver. São ações que convidam o espectador a reduzir o tempo de transitar nos salões de museus e galerias e a deitar em travesseiros, almofadas e camas.

Brígida Baltar
A relação entre o corpo e a natureza é a tônica da obra da artista. Materializando uma pesquisa profunda baseada na teoria de Levi-Strauss, Brígida apresenta em vídeo o néctar retirado das plantas pelas abelhas escorrendo como se houvesse sido excretado pelo seu corpo. E em fotografia, Brigida amalgama-se, se camufla, se aninha a um acolchoado de casa de abelha, ora aludindo-se a colmeia, ora a extensões do corpo, do cabelo e da barriga.

 

Opavivará
A proposta do coletivo é promover um encontro entre a popular rede de dormir ou descanso de origem indígena com o deslocamento acelerado do corpo no cotidiano urbano. A ideia é desprender o visitante da pressa, colocando-o, com o balançar coletivo das redes, no ritmo do rio, do mar, do vento e das ondas. Através do contato e das ativações sensoriais, o objetivo é colocar o indivíduo em estado de calma, em contato consigo e no ritmo do próximo.

Cadu
A obra de Cadu é um convite para a ativação do conhecimento coletivo estabelecido por grupos comunitários. Para além de uma simples criação, o processo nesta obra – mandalas criadas em colaboração com artistas e comunidade local do bairro de Santa María la Ribeira, na cidade do México – promove o encontro, a fala, a troca de experiências e o fortalecimento dos laços entre indivíduos graças à tecelagem.

Ricardo Basbaum
O artista apresenta um aparato físico em que o visitante é convidado a uma imersão sensorial e conceitual. Um ponto de parada para descanso em que pode admirar a vista das grandiosas janelas do espaço expositivo; um ponto intermediário, de intersecção de lugares diferentes, sendo de passagem ou de estar. A obra acontece nesse lugar de intensificação de contatos, seja do encontro, seja do desencontro.

Ernesto Neto
Trata-se de uma gigantesca cápsula vermelha, representando uma nave de convite ao pulsar, ao sopro. O visitante atua, diante da obra, em claro papel ativo, ficando à sua livre escolha entrar, conversar, tocar o tambor ou ficar em silêncio. A obra não é determinada na interação, nem se inicia nesse encontro. Independentemente de seu ponto de partida ou finalização, esse alcance é uma resposta que parte do visitante.

Nydia Negromonte
A artista propõe uma convivência entre materialidades naturais, orgânicas e as relaciona com ações nas quais a arte convive com o tempo do fazer, do brotar, do observar e do reconhecer. Em “Posta”, o brotamento de hortaliças envoltas em argila representa a função da terra, mantida a umidade necessária à sobrevivência dos legumes. Presente nos salões monumentais de um palácio, a obra alerta sobre o perecimento, o apodrecimento, os cheiros e as cores que a natureza nos devolve para aproximar o visitante da consciência do finito e levá-lo a entender que do fenecimento surgem outras vidas.

Helô Sanvoy
Batizada de “Estão sendo tecidos”, a obra audiovisual tem como mote a reflexão sobre a história familiar do artista, Impelindo o visitante a pensar na etnicidade. No vídeo, Helô conversa com sua mãe, enquanto relembra momentos e pessoas que conheceu e que, possivelmente, foram escravizadas. Para além do passado trágico, o gesto de trançar o cabelo do filho faz com que a conversa e a imagem passem a sensação de afago.

Jaime Lauriano
Instalada na cúpula do palácio, a obra do artista, em áudio e instalação, joga luz no protagonismo negro, na escrita, na história ou em outras manifestações. Sua matéria-prima é a história, neste caso específico, as narrativas negras, que andam juntas sendo indissociáveis de seu modo de existir. Na obra, o artista amplia a visibilidade do território através das presenças e das manifestações negras que são dão nela, em um trabalho de curadoria de história, um louvor à ancestralidade.

Santídio Pereira
Natural da caatinga do Piauí, Santídio aprofunda experimento na xilogravura. Da gravura convencional, apreendida em aulas de ateliê, o conhecimento de marcenaria libera o artista para ousar em escalas, obtendo as imagens pelos procedimentos de incisão, recorte e encaixe. O resultado são gravuras em grande escala de bromélias, pássaros e gramíneas. O artista organiza sua pesquisa em contato direto com os biomas da Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Serrado. Já os pássaros resultam dessas pesquisas e também de recordações e memórias.

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