
Millôr e Leminski: Os mestres da literatura brasileira
As áreas de Literatura e Biblioteca apresentam as Mostras Literárias itinerantes de dois grandes nomes da literatura brasileira como incentivo à leitura.
Por Angelica Eichner e Claudia Araújo
Olho, alarmado,
E se a vida for
Do outro lado?
(Haicai de Millôr Fernandes)
As áreas de Literatura e Biblioteca apresentam duas Mostras Literárias itinerantes em homenagem aos escritores Millôr Fernandes e Paulo Leminski. As mostras são fruto de uma parceria com o departamento nacional do Sesc, como parte do projeto de incentivo à leitura, objetivando despertar e incentivar a leitura literária, através da promoção e formação de novos leitores, fornecer acesso democrático à informação, proporcionar à população do estado do Rio de Janeiro ações que visem ampliar seu repertório sociocultural, cooperando para a formação de cidadãos, além de fomentar a cultura brasileira e divulgar o acervo das bibliotecas pertencentes à Rede.
A Mostra Paulo Leminski conta com ilustrações de Fabio Dudas, ilustrador, artista plástico e músico; já a Mostra Millôr Fernandes é totalmente representada pelas ilustrações do próprio autor. As mostras são um compilado das obras dos autores, com foco em suas produções em poesia.
Nos dias 12 e 19 de fevereiro as mostras estarão na Biblioteca Parque de Manguinhos, das 9h às 16h, com mediação literária da equipe do Bibliosesc. Depois disso, as mostram seguem itinerância nas diversas programações e unidades do Sesc RJ. Fiquem atentos, que em breve haverá uma próxima de você.
Vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia
(Poesia de Paulo Leminski)
Sobre os autores:
Paulo Leminski – Nasceu em 1944 na capital do Paraná, Curitiba. Filho de um militar de origem polonesa e mãe com ascendência africana, aos 12 anos ingressou no Mosteiro de São Bento, em São Paulo e adquiriu conhecimentos de latim, teologia, filosofia e literatura clássica, posteriormente abandonando o monastério. Participou da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda conhecendo os criadores do movimento Poesia Concreta, movimento poético esse que passaria a adotar em seus textos. Publicou seus primeiros poemas na revista Invenção, e em 1976 lança seu primeiro romance, Catatau. Atuou como diretor de criação e redator em agências de publicidade; firmou parcerias também no cenário musical com Caetano Veloso e Itamar Assumpção. Fascinado pela cultura japonesa, Leminski escreveu a biografia de Matsuo Bashô, e utilizava o haicai em suas poesias. Faleceu em 1989, aos 44 anos, em decorrência de uma cirrose hepática.
Millôr Fernandes – Nasceu em 1923 na cidade do Rio de Janeiro, precisamente no Méier, como Milton Viola Gonçalves. Órfão de pai e mãe, guardou da professora Isabel Mendes, como costumava dizer, a lição definitiva: o prazer de aprender. Autodidata convicto, foi prosador, poeta, dramaturgo, haicaísta, ilustrador, chargista, tradutor, roteirista de cinema e compositor. Começou a trabalhar jovem na redação da revista O Cruzeiro, e foi um dos fundadores da revista O Pasquim, principal veículo de imprensa do Brasil na época da ditadura militar. Utilizava em seus trabalhos a ironia e a sátira em críticas contundentes sobre o poder das forças militares, sofrendo constantemente com a censura. Autêntico, uma figura que desbravava no circuito cultural brasileiro, deixou sua marca única no teatro, mais de 30 livros publicados, e traduziu outras dezenas. É dele a célebre frase: “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”. Faleceu aos 88 anos, em 2012, devido à falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.
Confira abaixo algumas indicações literárias disponíveis na Rede de Bibliotecas Sesc RJ:
Paulo Leminski
Millôr Fernandes
- Essa cara não me é estranha e outros poemas
- É…baseado num fato verídico que apenas ainda não aconteceu
- Millôr no Pasquim
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