Sonora Brasil discute a influência das afro-sonoridades no país; indígenas abrem a programação

Jongo da Serrinha e grandes nomes das rodas de samba cariocas se apresentam no projeto Sonora Brasil, no Sesc Tijuca, e discutem o bantu na música brasileira. Música indígena, tema de 2020 quando o projeto foi interrompido pela pandemia, abre a programação.   

Considerada a maior iniciativa brasileira de circulação musical, o Sonora Brasil está de volta ao Rio de Janeiro e em formato presencial, depois de uma edição virtual em 2021. Desta vez, o tema é “Culturas Bantu: afro-sonoridades tradicionais e contemporâneas”, que destaca a contribuição dos povos de línguas bantu para a música brasileira. O projeto, coordenado pelo Departamento Nacional do Sesc e que acontece em todo o Brasil, terá sua edição carioca no Sesc Tijuca, de 21 a 24/9, com entrada franca. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria.

Bantu, ou banto, é o grupo etnolinguístico predominante entre a população trazida da África para o Brasil durante a escravidão. Aspectos da língua e da cultura serão discutidos em duas apresentações.

Dia 23/9, às 20h, representantes de roda de samba – a maioria moradora da Tijuca – apresentam composições com elementos do bantu. A formação inédita contará com André Jamaica, Leonardo Pereira, Lúcio Rodrigues, Nego Álvaro, Nina Rosa, Paulino Dias e Thiago Kobe. No repertório, batizado de “Samba, Jongo e suas Histórias Cariocas”, estão “Navio Negreiro” (André Jamaica e Ronaldo Gonçalves), “Jongueiro Cumba”, “Okolofé”, “Candongueiro” (Wilson Moreira), “Cria do samba” (Nego Álvaro, Moacyr Luz e Mingo Silva) e “Axé de Lança” (Dona Ivone Lara), entre outros.

Já no dia 24/9, às 14h, a atração é o Jongo da Serrinha, grupo cultural que acumula 60 anos de preservação da herança do povo bantu da região do Congo-Angola. Eles apresentam o projeto Vivência Cultural, um show/oficina que inclui canto, dança, ritmo e história do Jongo com a participação do público. O objetivo é oferecer aos participantes uma aula introdutória ao mesmo tempo em que vivenciam o ritmo e as histórias do grupo da Comunidade da Serrinha.

Sonoridade indígena, tema da edição interrompida em 2020, abre a programação
Nesta edição, o primeiro dia do Sonora Brasil (22/9) será dedicado aos povos originários, um dos temas tratados na edição 2019/20, interrompida pela pandemia da Covid-19. A primeira formação a se apresentar, às 20h, é Wiyaê (SP/AM), composta pela pesquisadora Magda Pucci, que dirige e produz o Mawaca, grupo dedicado a recriar músicas de diferentes tradições do mundo; e Djuena Tikuna, cantora e compositora nascida na região do Alto Solimões e que cantou o Hino Nacional em língua Tikuna na abertura das Olimpíadas do Rio, em 2016. Na sequência, entram os indígenas do Fulni-ô, grupo que habita as margens do Rio Ipanema, em Águas Belas (PE). Eles apresentarão o Toré, ritual tradicional entre tribos do Nordeste brasileiro. Na ocasião, acontece o lançamento do álbum Sonora Brasil: A Música dos Povos Originários.

SERVIÇO:

Projeto Sonora Brasil 2022 – Rio de Janeiro
“Culturas Bantu: afro-sonoridades tradicionais e contemporâneas”
Sesc Tijuca: Rua Barão de Mesquita, 539
De 21 a 24/9/2022
Entrada franca, mediante retirada dos ingressos na bilheteria
Classificação Livre
Realização: Departamento Nacional do Sesc e Departamento Regional Sesc RJ

PROGRAMAÇÃO:

21/09 (quarta) – 11h30
Workshop Tikuna Indigenous Music – Djuena Tikuna
Colégio Pedro II
Inscrições: no Colégio Pedro II ou no link (onde também será exibido de forma on-line): www.even3.com.br/simposioictm2022/
Gratuito
Mini bio: Djuena Tikuna é cantora indígena brasileira do Amazonas que fez história, em 2017, ao tornar-se a primeira indígena a protagonizar um espetáculo musical no Teatro Amazonas (Manaus), nos 121 anos de existência do local, onde lançou o álbum Tchautchiüãne, indicado ao Indigenous Music Awards, a maior premiação da música indígena mundial. Realizou também a primeira Mostra de Música Indígena do Amazonas reunindo diversos grupos indígenas da região. Todas as suas composições estão em tikuna, nome do povo e da língua dos indígenas que habitam a zona fronteiriça entre o Brasil, a Colômbia e o Peru.  Nascida em Umariaçu, Djuena – que significa “a onça que pula no rio” – canta a cultura do seu povo, mantendo viva a sua história. Seu canto de luta e resistência tem sido exemplo para as novas gerações.  Lançou o segundo CD/livro de nome Wiyaegü em 2019 e prepara um documentário sobre a música do seu povo subsidiado pelo Edital da Natura Musical.

22/9 (quinta-feira) – 20h
Concerto dos Grupos Wiyaê e Fulni-ô
Lançamento do álbum Sonora Brasil: A Música dos Povos Originários
Teatro I – Sesc Tijuca

23/09 (sexta) – 9h
Workshop Indigenous Music from Brazilian Northeast – with Memória Fulni-ô
Colégio Pedro II
Inscrições: no Colégio Pedro II ou no link (onde também será exibido de forma on-line): www.even3.com.br/simposioictm2022/
Gratuito
Mini bio: O grupo habita o município de Águas Belas, situado no sertão de Pernambuco. Os Fulni-ô, conhecidos historicamente como Carijós, são o único povo indígena do Nordeste que conseguiu manter viva e ativa sua própria língua, o Yaathe. Um dos seus principais ritos, o Ouricuri, atualmente é realizado de maneira sigilosa, nos meses de setembro a outubro, restrito apenas aos iniciados, garantindo a salvaguarda de seus costumes. O grupo é formado por Txa Fulni-ô, Txale Fulni-ô, Kafyxtxo Fulni-ô, Fekhya Fulni-ô e Tafhia Fulni-ô. As músicas tradicionais do povo fulni-ô são o Toré e a cafurna. O Toré é um ritual sagrado, canto coletivo vocalizado sem letra, sendo o único canto que usa instrumentos de sopro junto à percussão e que, segundo seus praticantes, é o mais antigo dos Fulni-ô. O ritual afirma a união e é praticado em ocasiões especiais. As cafurnas ou unakesa são manifestações que envolvem dança e música com letras cantadas em Yaathe, que abordam temas como preservação da natureza, reverência aos animais da região e identidade indígena. Nas cafurnas são utilizados como instrumentos maracás de mão e de tornozelo.

23/9 (sexta-feira) – 20h
Samba, Jongo e suas Histórias Cariocas
André Jamaica, Leonardo Pereira, Lúcio Rodrigues, Nego Álvaro, Nina Rosa, Paulino Dias e Thiago Kobe
Teatro I – Sesc Tijuca

24/9 (sábado) – 14h
Jongo da Serrinha – Vivência cultural
Sesc Tijuca

 

Fique por dentro das novidades do Sesc RJ acompanhando nossas notícias e perfis no Instagram, Facebook e YouTube. #Sesc RJ

Outras Notícias

Ver todas as notícias
Sesc Saúde Mulher

Barra do Piraí recebe unidade móvel para exames gratuitos de mamografia e preventivo 

Veja mais
negro

Divulgado o resultado do curso preparatório gratuito para mestrado e doutorado no Sesc Nova Iguaçu

Veja mais

Ana Marcela Cunha embarca para Singapura em busca de um novo recorde no Mundial de Esportes Aquáticos

Veja mais

Sesc RJ prorroga inscrições para cursos de inglês e espanhol em 13 unidades no estado

Veja mais