4ª edição do Congresso Mundial de Educação Sesc RJ começa com diálogos sobre “O Despertar das Consciências”

Congresso Mundial de Educação Sesc RJ começa com diálogos sobre “O Despertar das Consciências” 

O anticapacitismo, antirracismo e o letramento científico estão entre os assuntos abordados na 4ª edição do Congresso Mundial de Educação, que reúne convidados internacionais.

Um público caloroso formado por estudantes, professores, lideranças da educação e parceiros lotou o Auditório da Fecomércio RJ, no Sesc Flamengo, nesta quarta-feira, 25 de outubro, para acompanhar o primeiro dia do Congresso Mundial de Educação Sesc RJ. A 4ª edição do evento começou embalando a plateia, presencial e virtual – que pode assistir à transmissão ao vivo pelo YouTube do Sesc RJ-, com o espetáculo musical “Nelson Gonçalves – O amor e o tempo”.

Congresso Mundial de Educação Sesc RJ começa com diálogos sobre “O Despertar das Consciências”
Foto: Adriano Ishibashi/Casa da Foto

A obra escrita pelo professor Gabriel Chalita para homenagear o centenário do cantor, em 2019, aqueceu os participantes com um repertório cheio de clássicos eternizados pela poderosa voz de Nelson. Famosas canções como o “A volta do boêmia”, “Carinhoso” e “Com que Roupa?”, interpretadas no palco pelos atores Guilherme Logullo e Jullie, animaram os presentes no auditório que uniram suas vozes em coro e acompanharam com palmas.

Em seguida, o presidente da Fecomércio RJ, Antônio Queiroz, deu as boas-vindas aos participantes do evento e se emocionou ao falar sobre as desigualdades de acesso à educação e à tecnologia que os jovens brasileiros enfrentam.

“Na pandemia, a educação sofreu muito com as aulas remotas. O abismo aumentou. O acesso à tecnologia tem que ser igual a todos os estudantes, mas sabemos que isso não é assim agora. Mas é preciso dar um primeiro passo, para estarmos um pouco mais à frente que antes. Todos têm direito à igualdade, e aqui nós pregamos isso”, disse Queiroz, que após uma pausa, complementou: “Peço desculpas pela emoção, mas é porque essa é nossa razão de estarmos aqui”.

A diretora regional do Sesc RJ, Regina Pinho, completou:

“Para o Sesc, educação é um projeto contínuo, de vida, de integração, de diálogo, de pensamentos diferentes e coletivos diferentes. Só assim poderemos nos harmonizar e sermos educados para a paz, para a felicidade coletiva”.

A AFETIVIDADE NAS RELAÇÕES E REFLEXÕES SOBRE O CAPACITISMO

Com o tema “A educação do afeto”, o autor e professor Gabriel Chalita fez a palestra inaugural do evento. “Para mim, não existe um outro caminho a não ser educar por vínculos. É o outro se sentir acolhido, se sentir importante, valorizado. Nós gostamos disso em todos os ambientes. Imagina em uma escola? Por isso, que falo tanto de afeto. O conteúdo é fundamental, mas a essência do processo educativo chama-se vínculo, afeto”, destacou Chalita.

Já o mestre de cerimônias do congresso e palestrante Marcelo Zig, abriu os trabalhos no período da tarde com um papo franco e esclarecedor sobre Capacitismo e Interseccionalidade. Deficiente físico desde 1995, depois de sofrer um acidente ao pular de uma ponte e mergulhar em águas rasas, Zig falou sobre acessibilidade, a dificuldade do acolhimento da pessoa PCD e propôs uma reflexão sobre as circunstâncias que fazem as pessoas se tornarem deficientes.

“Já pararam para pensar que a maior parte das PCDs não nasce deficiente, se tornam deficientes através de experiências? Pouco se pensa sobre isso. O problema não é ser deficiente, o problema é não poder ser deficiente. O problema não é adaptar, mas, de fato, ampliarem os espaços para melhor autonomia e conforto dos PCDs e de todos”, pontuou Zig.

CONEXÕES DA LUTA ANTIRRACISTA PELO MUNDO

Congresso Mundial de Educação Sesc RJ começa com diálogos sobre “O Despertar das Consciências”
Foto: Adriano Ishibashi/Casa da Foto

Sob a temática “Educação Decolonial, Ações Afirmativas e Experiências do Sul Global”, o sociólogo argentino e ativista antirracista Carlos Alvarez Nazareno e o sociólogo e educador do Níger Issaka Maïnassara se uniram na primeira Mesa de Diálogos do congresso. Com muitas vivências, informações sobre as similaridades e diferenças das realidades em seus países de origem e traçando paralelos com o Brasil, Carlos e Issaka promoveram um momento de muita interação e trocas com o público presente. Eles receberam várias perguntas sobre o papel da educação em suas comunidades e quais perspectivas eles enxergam para a educação dessa geração.

“Pensar outras educações, despertar outras consciências no campo educativo para nós é fundamental. Efetivamente, estamos construindo um mundo muito mais igualitário. E nisso, a educação tem um papel central. Mas não é qualquer tipo de educação, é uma educação antirracista, que tenha uma perspectiva interseccional, decolonial e que, sobretudo, tenha o foco de atenção os jovens, crianças e adolescentes”, argumentou Carlos.

Issaka, que vive no Brasil há 12 anos, comenta que ter a oportunidade de trocar experiências e fazer novas conexões neste congresso mundial tão diverso fomenta o ideal de que “a educação traz consciência, luta e igualdade”.

“Numa perspectiva antirracista, promover um evento como este, dentro da sociedade brasileira, é pensar uma sociedade sem discriminação de gêneros, orientação sexual, sem violência”, concluiu o nigerense.

NOVIDADE! A REVISTA HUMANOS ‘TÁ ON’

No encerramento das atividades do dia, o público ainda teve a oportunidade de conhecer a versão digital da Revista Humanos. A publicação impressa ganhou um site e agora também está disponível online! A novidade foi apresentada em um bate-papo descontraído com os analistas de educação do Sesc RJ, Adriano Rocha, Ana Paula Simonaci e Bernardo de La Veja Vinolo, responsáveis pelo projeto editorial da revista.

“As publicações da Revista Humanos estão sempre trazendo a intersecção entre ciência, arte e tecnologia, e tentando mostrar quão fascinante é o conhecimento, nas diversas formas. Seja o científico dentro da academia, quanto também fora da academia, na arte, nas tecnologias, na descoberta do mundo. Essa é a intenção da revista, o fascínio do descobrimento nas diferentes formas”, explicou Ana Paula em entrevista.

Clique aqui para acessar e conhecer a Revista Virtual Humanos.

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