Ministra dos Direitos Humanos defende acessibilidade na Flip e cita Casa Sesc como exemplo a ser seguido

Durante mesa na Casa Sesc, Macaé Evaristo defende que acessibilidade deve ser pauta permanente em políticas educacionais, urbanas e culturais, e elogia experiência inclusiva promovida pelo Sesc RJ na Flip

Durante a roda de conversa “Pensando a escola como floresta: caminhos para a educação inclusiva”, realizada na Casa Sesc durante a Flip 2025, a Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, destacou a importância de se pensar a acessibilidade e a inclusão não apenas no contexto escolar, mas como uma agenda transversal que envolva também as cidades, os eventos culturais e os espaços de produção de conhecimento.

“Essa iniciativa do Sesc RJ de trazer esse tema da acessibilidade e da inclusão é muito importante, porque muitas vezes as pessoas pensam que isso é para pensar só do ponto de vista da educação escolar. Mas precisamos pensar como construímos municípios acessíveis”, afirmou a ministra.

Ela ressaltou que discutir inclusão num espaço como a Flip é uma oportunidade estratégica para repensar o próprio festival e seus modos de acolhimento: “Precisamos pensar em todos os nossos eventos e projetos, como, por exemplo, dentro de uma festa, de um festival literário, como garantir a plena participação das pessoas, independentemente da sua condição física, sensorial, etnia.”

Macaé elogiou a experiência da Casa Sesc, estruturada com acessibilidade plena e recursos voltados às especificidades do público, e defendeu que esse modelo possa inspirar mudanças mais amplas: “A experiência da casa, em que foi pensada uma casa 100% acessível, que as pessoas têm acesso a recursos e a mecanismos para que elas possam ser atendidas nas suas especificidades, essa é uma experiência que precisa transbordar da Casa Sesc para o conjunto do Festival Literário, assim como a gente precisa impregnar as cidades nos diferentes eventos.”

Segundo a ministra, essa é uma das pautas permanentes do Ministério dos Direitos Humanos, especialmente no que diz respeito ao direito das pessoas com deficiência à plena participação social e cultural. Ela lembrou que garantir acessibilidade não diz respeito apenas ao acesso físico aos espaços, mas também ao reconhecimento das pessoas com deficiência como sujeitos ativos na vida cultural do país. “Como que uma pessoa com deficiência pode se pensar e se entender nesse lugar como uma pessoa que também está produzindo cultura, que também está produzindo conhecimento, e que pode estar nesse lugar a partir desse lugar de quem está produzindo, está fazendo?”, questionou.

A mesa integrou a programação da Casa Sesc que, por meio da atuação do CREI Sesc Senac RJ, Centro de Referência em Educação Inclusiva da instituição, vem implementando medidas de acessibilidade e equidade em seus eventos. Durante a Flip, foram executadas medidas como tradução em Libras e audiodescrição em tempo real em toda a programação, mapas táteis com braille e QR code com visita guiada por áudio, cardápios acessíveis, espaço sensorial com objetos táteis e texturas variadas, além de materiais gráficos com audiodescrição espacial e sinalização em linguagem simples.

A ocasião também marcou o pré-lançamento do livro da diretora do CREI, Maria Antônia Goulart, ‘A escola como floresta: Revolução das plantas para pensar a escola inclusiva’.  Na plateia, estiveram presentes personalidades como a célebre escritora Conceição Evaristo, prima da Ministra Macaé Evaristo, e a atriz Camila Pitanga.

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