
Dia da Árvore: Amazônia, Cerrado e Pantanal estão em perigo
Neste Dia da Árvore (21/9), temos pouco a celebrar. Nos últimos meses, a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal estão sofrendo com grandes desmatamentos e queimadas. As perdas na biodiversidade já são consideradas irreversíveis. Entenda o cenário atual no artigo escrito por nossa equipe de Sustentabilidade.
Por Daniel Pereira, Daniela Almeida e Nathallia Miranda
No dia 21 de setembro, comemora-se no Brasil o Dia da Árvore, antecedendo o início da primavera no hemisfério sul. Comemorar o dia da árvore é comemorar a vida! São elas as responsáveis por um dos principais mecanismos essenciais aos seres vivos: através de sua fotossíntese transformam o gás carbônico em oxigênio.
Toda vez que uma árvore morre, nós morremos um pouco também, sem dúvida.
Nos últimos meses, os biomas brasileiros, Amazônia, Cerrado e Pantanal estão sofrendo com grandes desmatamentos e queimadas. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), 2020 tem registrado o maior índice de queimadas dos últimos sete anos.
Observou-se um aumento de mais de 82% das queimadas em todo Brasil, se comparado ao mesmo período de 2018, sendo 52% a mais só na Amazônia e 30%, no Cerrado.
Em 2020, as queimadas que avançam descontroladamente sobre a Amazônia e o Pantanal já se alastram sobre os países vizinhos do Brasil e alcançam municípios das regiões Sudeste e Sul do País, em rotas de mais de 3 mil quilômetros de extensão.
Mais de 12% do Pantanal já foi consumido pelas chamas e 85% Parque Estadual Encontro das Águas, que abriga maior refúgio de onças-pintadas no mundo, foi destruído por incêndios.
As perdas na biodiversidade já são consideradas irreversíveis.
Além do impacto nas espécies que lá habitam, é importante entender que esses impactos vão muito além e comprometem a qualidade do ar e o aumento no aquecimento global.
Arborização Urbana
Mesmo em ambiente urbano, e principalmente nele, a presença de árvores é de suma importância para a manutenção de meio ambiente saudável. Mas o ideal é não plantar qualquer tipo de espécie, já que podem competir entre elas (se não forem espécies nativas), além do que as raízes podem danificar as calçadas. Por isso devemos obedecer aos critérios da arborização urbana.
Plantar uma árvore em meio urbano, tem uma série de vantagens, como:
- Tornar o solo mais permeável
- Regular a temperatura e umidade do ar
- Interceptar a água da chuva
- Proporcionar sombra
- Formar um corredor ecológico para animais silvestres
- Promover barreira contra ventos, ruídos e iluminação intensa
- Diminuir a poluição do ar
- Sequestrar e armazenar carbono
- Bem-estar emocional
Se você deseja deixar um legado positivo para o mundo e plantar uma árvore, o ideal é que você conheça qual são as espécies que são nativas da região onde você mora.
O nosso estado, Rio de Janeiro, está situado dentro do bioma Mata Atlântica. Por isso, enumeramos algumas espécies nativas indicadas para arborização urbana:
- Quaresmeira (Tibouchina granulosa)

Tem esse nome por conta de sua época de floração, que acontece entre janeiro e abril, mesmo período da quaresma. Ocorrem naturalmente na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Muito aplicada em canteiros e praças públicas, a quaresmeira tem um forte apelo paisagístico, até em função de sua beleza durante a floração.
- Ipê amarelo (Tabebuia serratifolia)
Natural da Mata Atlântica, o ipê, também conhecido como pau d’arco, é uma excelente árvore para o plantio urbano. É uma árvore que pode chegar até 20 metros, apesar de crescer de forma mais demorada.
- Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis)
Comum em calçadas e jardins possui belíssimas flores que nascem brancas, ficam rosadas e morrem roxas. É a única árvore do gênero que muda suas flores de cor. Boa opção para paisagismo urbano, pois não apresenta raízes agressivas, permitindo seu plantio em diversos espaços.
- Pata-de-vaca (Bauhinia variegata)
É uma das espécies mais indicadas para arborização urbana devido ao seu porte que pode chegar até 9 m. Caso seja cultivada em calçadas que possuem fiação aérea é necessária poda regular. Recebe esse nome popular devido ao formato de suas folhas parecerem com a pata de uma vaca. Perde parcialmente suas folhas em período de inverno.
- Pitanga (Eugenia uniflora)

Nativa da Mata Atlântica, a pitanga (Eugenia uniflora), que em tupi significa “vermelho forte” é o fruto originado da pitangueira, uma árvore muito comum em todo o Brasil porque se adapta e reproduz com muita facilidade. Esta espécie costuma atrair pássaros e abelhas. A poda deverá ser feita próximo ao tronco procurando eliminar os ramos laterais e devem ser feitas no primeiro ano de plantio com 49 cm de altura, aproximadamente. A árvore de pitanga pode chegar até 10 metros de altura.
- Ipê branco (Tabebuia roseoalba)
Possui em média de 7 a 16 metros de altura e seu tronco de 40 a 50 cm de diâmetro, é raramente encontrada na caatinga do nordeste brasileiro, mas muito comum no sudeste e centro-oeste. Possui flores brancas, podendo ser encontradas até em tons rosados, floresce de agosto a outubro. Adapta-se bem a terrenos secos e pedregosos, também é excelente para o paisagismo em geral.
Saiba mais:
- Manual técnico de Arborização Urbana – Prefeitura de São Paulo | Acessado em 08 de setembro de 2020
- Instituto Brasileiro de Florestas
- 7 árvores para plantar em um ambiente urbano | Acessado em 04 de setembro de 2020.
- 85% de parque no Pantanal de MT que abriga maior refúgio de onças-pintadas no mundo foi destruído por incêndios
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