Violência contra a Mulher

Sistema Fecomércio lança a Campanha de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e apresenta cartilha sobre o tema

Ação marca também a criação de um grupo de trabalho, composto por 30 trabalhadoras do Sistema Fecomércio RJ e por representantes da sociedade civil.

Por Taiane Cordeiro

Na manhã desta quarta-feira (08/02), o auditório da sede da Fecomércio RJ recebeu o evento de lançamento da nova Campanha de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, com a presença das convidadas Lidiane de Paula, Subsecretaria da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Mulher no município do Rio de Janeiro, e  Fernanda Sixel, Coordenadora de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim), em Niterói (RJ).

O encontro contou ainda com a presença de Aira Nascimento, nossa mestre de cerimônias que abriu sua fala com uma citação a Audré Lorde: “Eu não sou livre enquanto alguma mulher não o for, mesmo quando as correntes dela forem muito diferentes das minhas”, nada mais propício para marcar a primeira reunião do Grupo de Trabalho Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, formado por 30 trabalhadoras do Sesc RJ, do Senac RJ e da Fecomércio RJ. A campanha conta com uma Cartilha, que visa identificar, conscientizar e combater a violência contra as mulheres.

É um orgulho para nós estar à frente de uma campanha como essa, mas ao mesmo tempo dói porque não era pra gente estar ainda falando sobre isso. A política pública é resultado da pressão que a sociedade faz no poder público e nós precisamos fazer parte disso”, declarou o presidente do Sistema Fecomércio RJ, Antônio Florêncio de Queiroz Júnior. “Não podemos ficar calados nem omissos diante do crescimento da violência contra a mulher. Não podemos achar que isso é normal”, completou.

A Campanha de Enfrentamento à Violência contra a Mulher ocupará espaços públicos ao longo do período de carnaval com um QR Code impresso em portas de banheiros, bares, descansos de copos e adesivos, levando para a página Rio + Seguro, que lista as entidades que podem oferecer ajuda às mulheres vítimas de violência.

A ideia é lançar antes do carnaval porque há estudos que indicam que os casos de violência contra a mulher aumentam em cerca de 20% nesse período. Aproveitamos também a parceria do Sesc RJ com a LIESA e vamos adesivar todos os banheiros, espaços públicos, bares e restaurantes do entorno com esses materiais educativos”, explicou Luiza Matheus, analista de Projetos Sociais do Sesc RJ e responsável pela campanha.

Para nós, é uma parceria muito importante! A nossa secretaria se constrói hoje muito baseada em política pública da escuta das mulheres da cidade. Quando essa mulher abrir essa cartilha, ler e entender o que ela faz, como ela recomenda, como ela orienta outras mulheres também, a gente entende que o nosso serviço está completo. Esse é um dos passos para a saída da violência, um leque gigantesco, composto por várias ações conjuntas que a gente precisa fazer e uma delas é dar informação, dar acesso”, explicou Lidiane de Paula, Subsecretária da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Mulher no município do Rio de Janeiro.

Coordenadora de Políticas e Direitos da Mulheres de Niterói (Codim – Niterói), Fernanda Sixel aproveitou para provocar a reflexão sobre as conquistas dos direitos femininos através de um quiz em que apontava marcos importantes para as mulheres brasileiras, como o direito das meninas de frequentar a escola (1901), o direito ao voto (1932), a queda da autorização do marido para trabalhar fora (1962), a Lei do Divórcio (1977) e a mais recente queda da legítima defesa da honra (2021), mostrando que há uma história da condição social das mulheres e que é preciso uma trajetória ainda maior no caminho da igualdade de direitos e deveres. “Nossas conquistas são históricas, mas também são diárias”, ressaltou.

As próximas ações serão o evento de lançamento do projeto para o grande público, em março, além de ações sistemáticas realizadas ao longo do ano.

Grupo de Trabalho pelo Fim da Violência Contra as Mulheres
O Grupo de Trabalho pelo Fim da Violência Contra as Mulheres vai realizar ao longo de todo o ano ações de conscientização, identificação e combate à Violência Contra a Mulher. A provocação para a criação do grupo veio do Pacto pelas Empresas – Pelo Fim da Violência Doméstica, do Magazine Luiza, e gerou uma grande mobilização entre diversos setores e organizações do Sistema S. O tema do Combate à Violência Contra a Mulher é trabalhado frequentemente dentro das Unidades Sesc RJ e comunidades do entorno.

Eu queria valorizar esse momento, de estar dentro de uma empresa que nos dá essa oportunidade. Tivemos mais de 140 inscrições para esse grupo de 30 pessoas. Durante as inscrições, pedíamos para que as pessoas dissessem suas motivações para participar do grupo e os relatos recebidos foram chocantes. Precisamos sim discutir e criar um plano de ação para que a gente se proteja e proteja os nossos. A gente precisa e quer levar essa consciência cada vez mais para a sociedade”, declarou Thaís Castro, gerente do programa de Assistência do Sesc RJ.

Qualificação profissional e Educação são caminhos para o empoderamento
O presidente da Fecomércio RJ, Antônio Florêncio de Queiroz Júnior, ainda ressaltou que mais de 60% dos cargos do Sistema Fecomércio são ocupados por mulheres, com salários iguais, direitos iguais, sem nenhuma possibilidade de discriminação e que espera fazer disso um exemplo para as demais empresas e para a sociedade como um todo. Ele ressaltou as situações de mulheres que se submetem à violência porque não têm condições financeiras de se sustentar e chamou a atenção para programas de geração de renda para mulheres desenvolvidos pelo Senac RJ.

Nós, do Sistema Fecomércio, preparamos as mulheres para que nenhuma precise ficar em casa sofrendo violência, como Maria da Penha, que precisou quase morrer para dar nome a uma lei que combate a violência doméstica”, comentou a diretora regional Regina Pinho, que relatou conhecer Maria da Penha e ter acompanhado de perto a trajetória da farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que lutou pela condenação de seu agressor por quase 20 anos, após sofrer duas tentativas de homicídio. A lei, que leva seu nome, foi promulgada em 2006, quatro anos após a condenação de seu ex-marido e ainda hoje enfrenta dificuldades para ser aplicada na prática.

Nossa área de Responsabilidade Social traz, além da formação profissional, a formação da cidadania e o empoderamento das mulheres, porque a gente sabe que, além da formação, essas pessoas precisam da consciência dos seus direitos, dos seus deveres para dar continuidade às suas atividades”, disse Rosane Masiero, gerente de Responsabilidade Social do Senac RJ. “Fizemos inclusive o projeto Impulsiona RJ, em parceria com o Sebrae RJ, que tinha uma procura de 70% de mulheres em busca de sua autonomia através do empreendedorismo e da formação profissional”, pontuou.

Conheça a cartilha da Campanha de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher
A cartilha é baseada na Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (Brasil, 2011), na Lei Maria da Penha (Brasil, 2006), na Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948) e nos pactos da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (Brasil, 1994), na Convenção Internacional contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas (Convenção de Palermo, 2000).

A Fecomércio RJ tem como objetivo orientar quanto às variadas formas de violência e sobre como agir diante dos casos de violência a mulheres e meninas. Todo o conteúdo desta cartilha é um convite a quem deseja fazer parte da construção de uma sociedade mais justa e mais segura para as mulheres.

Acesse a cartilha e entenda como identificar e combater a violência contra a mulher.

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