Representatividade no Cinema

A representatividade LGBTQIA+ no cinema

Em comemoração ao Dia do Orgulho LGBTQIA+, nossa equipe de Cultura escolheu exemplos de representatividade no Cinema. 
Por Leandro Luz
Neste último 28 de junho celebrou-se o Dia do Orgulho LGBT, e não nos faltam exemplos de filmes que abordam as lutas, as feridas, as cicatrizes, os amores, as ambições, as histórias de vida, enfim, as dores e as glórias das milhares de pessoas ao redor do planeta que, de algum modo, se sentem representadas por esse agrupamento de resistências e reconhecimentos correspondido pela sigla, mais inclusiva e abrangente, LGBTQIA+.
De certa maneira, por meio do cinema e através dos tempos, a representatividade das pessoas de diversos gêneros e sexualidades que transcendem os padrões cisnormativos está impressa em películas e arquivos digitais, mediados pela linguagem cinematográfica, que hoje sobrevivem, se multiplicam cada vez mais e podem ser devidamente apreciados. Alguns desses filmes estão disponíveis nas diversas plataformas de streaming oferecidas no Brasil e aqui faço um convite para que vocês conheçam ou redescubram quatro deles.
Dor e glória (Dolor y gloria, 2019)
Indicado a melhor filme internacional no Oscar desse ano, assim como a melhor ator para Antonio Banderas, o mais recente longa-metragem de Pedro Almodóvar provoca reflexões sobre os reencontros amorosos, a infância e o próprio processo criativo de um artista. Na trama, o diretor de cinema Salvador Mallo, interpretado por Banderas, enfrenta uma crise em sua carreira e se depara com lembranças do passado que o afetam no presente. Como de praxe nas obras de seu diretor, “Dor e glória” é um filme que permite uma mistura grande de tons, levando a quem o assiste a se divertir com o cotidiano de seus personagens e a se emocionar com a carga abundante de sentimentos que são evocados ao longo de toda a sua duração. Disponível no Telecine Play.
Me chame pelo seu nome (Call me by your name, 2017)
O diretor italiano Luca Guadagnino, baseado no romance escrito pelo egípcio André Aciman, propõe uma imersão no coração apaixonado de um jovem nos anos 1980. Interpretado por Timothée Chalamet, Elio investiga os próprios sentimentos e se deixa levar por uma atração, que também é uma descoberta, por Oliver, vivido pelo galã estadunidense Armie Hammer. A diferença de idade e o próprio desejo entre os dois é um conflito na cabeça de ambos. O mais interessante é justamente como, por alguns instantes na obra, os personagens se permitem abandonar os clichês desse conflito para abraçar verdadeiramente a potência dessa história de amor que consequentemente desvela-se para o espectador. O veterano James Ivory recebeu o prêmio de melhor roteiro adaptado por este filme no Oscar de 2018. Disponível no Telecine Play.
Longe do paraíso (Far from heaven, 2002)
Anos 1950, divórcio, tensões raciais e homossexualidade. Todd Haynes é um importante realizador estadunidense que em seu quarto longa-metragem para o cinema, “Longe do paraíso”, decide misturar questões identitárias de gênero e raça, tais quais também estão deveras entranhadas na “vida real”. Julianne Moore interpreta Cathy, uma dona de casa rica que se vê perdida ao descobrir a traição de seu marido, que se declara envolvido romanticamente com outros homens. No meio do caminho, ela se descobre também atraída por Raymond, interpretado por Dennis Haysbert, filho do jardineiro de sua casa, viúvo e pai de uma jovem menina. Aos olhos da sociedade retrógrada que a rodeia, a atração de Cathy por um homem negro dificilmente será aceita sem a ampla resistência que ela felizmente demonstra ter. Disponível no Petra Belas Artes – À La Carte.
Laerte-se (2017)
“Por que eu estou sendo alvo dessa câmera?”, pergunta o protagonista em determinado momento de “Laerte-se”. A mente criativa e contestadora da artista, responsável por grandes personagens como Overman e Piratas do Tietê, é o grande interesse do documentário de Lygia Barbosa e Eliane Brum. O filme atravessa a história de vida de Laerte Coutinho, reconhecida cartunista brasileira, para discutir, entre outras várias questões, as diversas perguntas que rodeiam a noção de ser uma mulher no mundo. Laerte viveu quase sessenta anos de sua vida como homem, e seus depoimentos contam parte da transformação na sua arte e vida pessoal nesses últimos anos. Disponível no Netflix.
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