Mesa Sesc Brasil RJ

Mesa no Campo

O Projeto Mesa no Campo é uma iniciativa do programa Sesc Mesa Brasil Rio de Janeiro, que viabiliza a colheita, e distribuição de alimentos da agricultura familiar, que seriam desperdiçados e transformados em adubo. A coleta desses alimentos que estão em plena condição de consumo humano possibilita o acesso do direito humano à alimentação adequada e saudável.

O projeto surgiu em 2018 através de percepções realizadas em reuniões com agricultores familiares de Nova Friburgo e participantes do PAA. Os alimentos fora dos padrões de mercado, devido aos rigorosos critérios de seleção, mas que perfeitamente poderiam estar na mesa de qualquer consumidor não eram colhidos, devido ao alto custo com a infraestrutura necessária para a sua logística transformando-se em adubo para o próximo plantio. Este tipo de procedimento é comum entre os agricultores, o que despertou a possiblidade de aproveitar esses alimentos no combate ao desperdício e fome, em nosso estado.

O Brasil ainda enfrenta um problema estrutural: o desperdício de alimentos ao longo da cadeia produtiva. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o país está entre as dez nações que mais desperdiçam comida no mundo. Cerca de 35% de toda a produção agrícola brasileira acabam no lixo.

O desperdício de alimento aumenta o custo de produção e gera encargos suplementares desnecessários para o meio ambiente, afetando tanto a biodiversidade quanto o clima e os nutrientes. Dado que os recursos necessários para a produção de alimento, como terra, energia, água e nutrientes, são limitados no meio ambiente, eles devem ser aplicados de forma eficiente e sustentável. Se o mundo desenvolvido desperdiçasse menos, haveria menos pressão sobre as terras agricultáveis e a biodiversidade seria menos comprometida.

Produzir alimento que não será consumido acarreta emissões desnecessárias de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Na Austrália, por exemplo, o desperdício de alimento é o segundo fator com maior impacto nas emissões de gás metano. Estudo da FAO indica que o desperdício global de alimento é o terceiro maior emissor de CO2 na atmosfera, depois das emissões dos Estados Unidos e da China.

As atividades agrícolas produzem pelo menos ¼ das emissões de gases com efeito estufa.

Até 2050 o crescimento populacional e as mudanças na dieta alimentar aumentarão as necessidades alimentares em 60%, e a já ameaçada a produção agrícola e meios de subsistência enfrentarão o objetivo desafiador de fornecer alimentos saudáveis para uma população crescente, preservando ao mesmo tempo uma base de recursos naturais diminuída.

Esse cenário exige uma transição para um novo paradigma de sistemas alimentares e desenvolvimento rural que coloque as sustentabilidades ambiental, social e econômica no centro da ação, garantindo a segurança alimentar e nutricional para todas as pessoas, preservando o meio ambiente e proporcionando empregos e oportunidades de desenvolvimento social para população rural, sem deixar ninguém para trás.

As mulheres e os homens da agricultura familiar estão no centro dessa transição. Eles produzem cerca de 80% do valor dos alimentos do mundo, mas paradoxalmente, são muitas vezes pobres e estão em situação de insegurança alimentar. Coletivamente, eles representam a maior fonte de emprego do mundo e gastam sua renda principalmente em áreas rurais, contribuindo assim para as economias locais (FAO, 2018).

Objetivos

  • Reduzir a perda de alimentos próprios para o consumo no campo, destinando ao combate à fome, levando alimento para mais pessoas;
  • Garantir qualidade dos alimentos doados às instituições socioassistenciais do programa;
  • Contribuir para a melhora socioeconômica do agricultor através de um subsídio dado para a realização da colheita dos alimentos que seriam descartados;
  • Manter, ampliar e/ou diversificar os produtos doados.

Metodologia

Formalização da parceria através da assinatura de termos, identificando as obrigações e deveres de ambas as partes, acordando pontos necessários para o desdobramento do projeto.

As Associações disponibilizam relação dos agricultores cadastrados para fazer parte do projeto, facilitador e relação previa dos produtos que serão doados devido a identificação de excedentes de produção.

Veículos do Sesc Mesa Brasil Rio de Janeiro recolhem alimentos direto na associação dos agricultores distribuindo na região onde foram colhidos e nas demais regiões onde estão localizadas as instituições cadastradas.

Como forma de estimular a colheita e minimizar o prejuízo do agricultor investido na produção não comercializada estipulou-se o pagamento do serviço da colheita. O valor será pago unicamente em razão da prestação do serviço da colheita, não custeado o valor do alimento em si.